O pesquisador Rodrigo Peixoto da Silva, do Cepea/Esalq-USP, apresentou estudo sobre emprego na cadeia da soja e do biodiesel. A exposição ocorreu no 64º Congresso da European Regional Science Association (ERSA), em Atenas, Grécia. O artigo foi desenvolvido em parceria entre o Cepea e a Abiove.

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Emprego no setor

O estudo mostrou que o número de trabalhadores na cadeia praticamente dobrou entre 2012 e 2024, alcançando 2,26 milhões. O setor de serviços manteve o maior contingente de pessoas, passando de 793 mil em 2012 para 1,6 milhão em 2024. O segmento primário registrou a maior expansão, com alta de 118%. Já a indústria cresceu 56% e chegou a 89 mil trabalhadores.

Perfil dos trabalhadores

O perfil dos ocupados permaneceu predominantemente masculino, formal e mais qualificado. A participação de empregados com carteira assinada ficou em 77% do total entre 2012 e 2024. As mulheres representaram, em média, 35% da força de trabalho no período. O nível de escolaridade avançou: pessoas com ensino médio cresceram de 32,8% para 40,2% e com ensino superior, de 12% para 20,2%.

Rendimentos crescentes

Os rendimentos também subiram. O segmento primário registrou aumento real de 37% e a indústria, de 22% entre 2012 e 2024. Esse crescimento acompanhou a maior qualificação dos trabalhadores na cadeia produtiva.

Análises por região

A Região Sul se destacou como maior empregadora no cultivo da soja. O número de ocupados subiu até 2021, quando chegou a 293 mil, e caiu para 245 mil em 2023.

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O Centro-Oeste apareceu como segunda região empregadora, com destaque para fazendas de maior escala. Microrregiões como Cruz Alta, Santiago e Ijuí (RS), Dourados (MS), Parecis (MT) e Guarapuava (PR) concentram grande número de trabalhadores.

No Centro-Oeste, quatro microrregiões responderam por 40% da população ocupada entre 2022 e 2024: Sudoeste de Goiás, Dourados (MS), Campo Novo do Parecis (MT) e Alto Teles Pires (MT). Esses dados mostram a concentração regional da mão de obra no segmento primário.

Segundo Rodrigo Peixoto, apresentar o estudo em Atenas foi uma oportunidade para mostrar a realidade brasileira a pesquisadores estrangeiros. Ele destacou que o encontro permitiu comparar experiências e buscar soluções para as desigualdades regionais.