Mercado externo cresce enquanto demanda interna permanece em ritmo lento
Foto: divulgação - Embrapa / Sebastião Araújo

O Brasil embarcou mais de 500 mil toneladas de feijão entre janeiro e novembro de 2025, estabelecendo um novo recorde histórico desde o início da série da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 1997. O desempenho robusto no mercado externo, entretanto, contrasta com o cenário doméstico, onde os compradores realizam apenas operações pontuais para repor estoques.

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O comportamento seletivo dos compradores continua influenciando os preços do feijão carioca no mercado interno. Os produtores oferecem majoritariamente grãos de qualidade superior, o que sustenta as cotações em patamares elevados.

A colheita paulista concentra a oferta de grãos com coloração clara, boa peneira e baixa umidade, favorecendo a estabilidade dos preços. Entre 28 de novembro e 5 de dezembro, Itapeva (SP) registrou alta de 0,42% na saca.

Os produtores mantêm postura firme, especialmente nos lotes irrigados remanescentes da terceira safra, impulsionando valorizações de 1,03% em Sorriso (MT) e 0,54% no Noroeste de Minas. O Centro e Noroeste Goiano, por outro lado, apresentaram leve retração.

Feijão de qualidade intermediária reduz diferença de preços

Os lotes de feijão carioca com notas 8 e 8,5 aproximaram seus preços dos produtos de notas superiores, reduzindo a diferença para cerca de 5,5% no início de dezembro. Itapeva (SP) liderou as valorizações com alta de 3,24%, seguida pelo Noroeste de Minas (3,21%), Centro/Noroeste Goiano (2,72%) e Leste Goiano (0,88%). Entretanto, a cautela dos compradores provocou quedas no Sul Goiano (-3,44%), Barreiras (BA) (-0,90%) e Sorriso (MT) (-0,51%).

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A elevada disponibilidade de grãos remanescentes da safra 2024/2025 mantém os preços do feijão preto sob pressão. Os produtores negociam conforme a necessidade de caixa ou liberação de espaço nos armazéns, enquanto os compradores demonstram baixo interesse. O feijão preto tipo 1 registrou alta moderada de 0,9% em Curitiba e leve queda de 0,4% na Metade Sul do Paraná.