Resumo da notícia
- China considera restringir exportações de fertilizantes no último trimestre de 2025 para priorizar seu mercado interno e controlar preços, afetando principalmente nitrogenados e fosfatados.
- Essa política gera incerteza global, levando importadores a buscar fornecedores alternativos devido à falta de clareza sobre o período das restrições.
- A China responde por 16% das exportações mundiais de MAP, fertilizante essencial para o Brasil, e cortes nas vendas podem prejudicar o abastecimento e elevar custos agrícolas no país.
- Apesar do impacto, a menor demanda do mercado brasileiro no último trimestre pode amenizar efeitos, dependendo do tipo de fertilizante e da demanda de cada segmento agrícola.
O mercado global de fertilizantes opera com cautela diante da possibilidade de restrições chinesas nas exportações durante o quarto trimestre de 2025. A China pretende priorizar o abastecimento interno e controlar preços para seus agricultores, segundo relatório semanal da StoneX, empresa global especializada em serviços financeiros.
Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, explica que essa política é comum antes da temporada de aplicação no país asiático. “O governo chinês foca no mercado doméstico e isso pode reduzir a oferta global, principalmente em nitrogenados e fosfatados, categorias em que a China domina as exportações.”
A ausência de previsibilidade nas decisões oficiais alimenta a incerteza entre importadores. Com essa falta de clareza sobre o início ou o fim das restrições, empresas globais correm para buscar fornecedores alternativos diante da possível indisponibilidade do produto chinês.
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Em 2024, a China respondeu por cerca de 16% das exportações mundiais de MAP (fosfato monoamônico), fertilizante muito utilizado no Brasil. Eventuais cortes nas vendas externas podem comprometer diretamente o abastecimento brasileiro, segundo Pernías.
A redução da oferta mundial tende a aumentar a competição pelas cargas disponíveis, elevando os preços no mercado internacional. Os agricultores brasileiros enfrentariam custos ainda mais altos em um cenário já marcado por despesas elevadas e baixa rentabilidade.
No entanto, o comportamento do mercado doméstico brasileiro pode amenizar parte do impacto. O movimento de compras se reduz no último trimestre do ano, pois a maioria das aquisições ocorre antes do plantio da safra de verão. Assim, o efeito da restrição chinesa dependerá do tipo de fertilizante afetado e da demanda de cada segmento, conclui o analista.