Resumo da notícia
- As chuvas de outubro foram irregulares e abaixo da média nas principais regiões produtoras do Brasil, atrasando a semeadura dos cultivos de verão, segundo o Boletim de Monitoramento Agrícola da Conab.
- No Centro-Oeste, as precipitações foram desiguais, com maiores volumes em Mato Grosso e sudoeste do Mato Grosso do Sul, mas o período chuvoso ainda não está estabilizado.
- Sudeste e Nordeste enfrentam irregularidades e baixos volumes, com o Nordeste especialmente afetado, dificultando a semeadura da primeira safra sem irrigação no Matopiba.
- A Região Sul teve chuvas intensas e bem distribuídas, recuperando a umidade do solo e favorecendo tanto os cultivos de inverno em maturação quanto o início da semeadura da safra de verão.
As precipitações registradas em outubro chegaram de forma irregular às principais regiões produtoras do Brasil e impactaram diretamente o calendário de semeadura dos cultivos de verão. O Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado esta semana, aponta que os volumes ficaram abaixo da média histórica e atrasaram o plantio em diversas áreas.
No Centro-Oeste, as chuvas ocorreram de maneira desigual ao longo do mês. Mato Grosso e o sudoeste de Mato Grosso do Sul concentraram os maiores volumes, enquanto outras regiões receberam acumulados menores. O período chuvoso ainda não se estabilizou na região.
Os dados do último decêndio de outubro revelam uma recuperação nos níveis de umidade do solo em algumas áreas, o que beneficia tanto a semeadura quanto o desenvolvimento inicial da soja. Entretanto, o norte de Mato Grosso do Sul e Goiás ainda enfrentam restrição hídrica significativa.
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Sudeste e Nordeste apresentam cenários críticos
O Sudeste seguiu o padrão de irregularidade observado no Centro-Oeste. As chuvas se concentraram apenas no segundo decêndio do mês, mas chegaram de forma mal distribuída às lavouras.
No Nordeste, a situação preocupa ainda mais. A Conab identificou pouca ou nenhuma precipitação na maior parte da região durante outubro. No Matopiba, que engloba áreas do Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste da Bahia e Tocantins, as poucas chuvas registradas não foram suficientes para recuperar o armazenamento hídrico do solo. O cenário limita o avanço da semeadura dos cultivos de primeira safra sem irrigação.
Por outro lado, o centro-leste do Maranhão e parte do Sealba (Sergipe, Alagoas e Nordeste da Bahia, além do sul baiano) receberam volumes maiores. As precipitações não prejudicaram a colheita do milho de terceira safra, que avança na nova fronteira agrícola.
Norte apresenta contrastes entre regiões, Sul tem melhor desempenho com chuvas intensas
Rondônia, o sudeste do Pará e o oeste do Tocantins registraram chuvas irregulares e em menor volume durante o mês. Já o Amazonas e o oeste paraense receberam precipitações mais favoráveis, o que beneficia a semeadura da soja no sudoeste do Pará e melhora as condições de umidade no noroeste do estado.
A região Sul apresentou o cenário mais favorável em outubro. Chuvas intensas se alternaram com períodos de tempo estável ao longo do mês. O noroeste do Rio Grande do Sul, o oeste de Santa Catarina e o Paraná concentraram os maiores volumes.
As precipitações contribuíram para recuperar e manter a umidade do solo, favorecendo os cultivos de inverno em estádios reprodutivos e o desenvolvimento dos cultivos de verão. Portanto, os períodos de tempo estável no último decêndio beneficiaram os cultivos de inverno em maturação e colheita. Isso além de acelerar a semeadura da safra de verão.