A colheita de café na região da Alta Mogiana, em São Paulo, encerra o ciclo de 2025 com uma queda de produtividade. Isso surpreendeu os produtores locais. Com perdas que variam entre 20% e 30% em relação às expectativas iniciais, os efeitos das condições climáticas adversas, especialmente uma seca prolongada e temperaturas elevadas, foram determinantes para o resultado desfavorável.

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Os cafezais sofreram principalmente com a falta de chuvas entre o final de 2024 e o início de 2025, o que prejudicou o pegamento da florada. Essa é uma etapa crucial para a boa formação dos frutos. Rafael Stefani, produtor rural e influenciador do setor agro, reforça que apesar do retorno das chuvas em outubro de 2024, o calor intenso e o longo período seco impediram a florada de se desenvolver adequadamente.

O impacto se agravou em fevereiro, quando a região enfrentou uma estiagem que durou mais de 30 dias, comprometendo a granação do café. Na prática, isso resultou em grãos menores e menos pesados, exigindo um maior volume de frutos para compor uma saca, o que aumenta o custo de produção para os agricultores. Stefani destaca que a situação não foi isolada, afetando também outras regiões produtoras do país.

Ponto positivo apesar da situação

Apesar do cenário preocupante, o produtor aponta um ponto positivo para 2026. As chuvas esporádicas durante o período de colheita, especialmente em maio e julho, conseguiram aliviar o estresse hídrico das plantas. Isso ajuda a restabelecer a saúde e vigor das lavouras, trazendo esperança de uma safra mais produtiva e de melhor qualidade no próximo ano.

A Alta Mogiana mantém sua importância nacional na produção de cafés especiais, com municípios como Franca (SP), Pedregulho e Ibiraci (MG) liderando a produção. O setor enfrenta desafios climáticos, mas acompanha de perto as expectativas para um cenário mais favorável em 2026. Isso pode equilibrar os prejuízos da safra atual e garantir sustentabilidade para os produtores da região.

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Este resultado destaca a vulnerabilidade do café brasileiro às mudanças climáticas. Elas alteram o ciclo produtivo e pressionam os custos, refletindo também no mercado global da commodity.