Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou a estimativa da safra de café 2025/26. A produção caiu de 55,7 para 55,2 milhões de sacas. Mesmo com o corte, a produção deve crescer 1,8% em relação a 2024/25, ano de bienalidade positiva.

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A alta esperada resulta da recuperação de 3% na produtividade média, que passou de 28,8 para 29,7 sacas por hectare. Em 2024, problemas climáticos reduziram a produtividade, apesar do ciclo favorável. Agora, a área em produção soma 1,86 milhão de hectares, queda de 1,2%. Já a área em formação subiu 11,9% e alcançou 395,8 mil hectares. No total, a cafeicultura ocupa 2,25 milhões de hectares no país.

Produção de arábica recua

A produção de café arábica está estimada em 35,2 milhões de sacas, queda de 11,2% em relação à safra anterior.
A retração ocorre pela bienalidade negativa e pela redução de área. Minas Gerais concentra 75,2% do cultivo nacional de arábica.
O estado deve colher 24,7 milhões de sacas, 10,8% a menos que em 2024. Secas prolongadas antes da floração agravaram as perdas.

Conilon impulsiona resultados

O conilon deve atingir 20,1 milhões de sacas, avanço de 37,2% sobre a safra passada, com clima mais favorável às lavouras. O Espírito Santo responde por 69% da produção nacional da espécie. A colheita no estado deve chegar a 13,8 milhões de sacas. O volume representa alta de 40,3%, sustentada pelas chuvas no norte capixaba, que favoreceram o desenvolvimento dos frutos.

Avanço em outros estados

Na Bahia, a produção total deve crescer 33,5%, chegando a 4,1 milhões de sacas. O aumento decorre da entrada de novas lavouras irrigadas. O conilon, que representa 72% da produção estadual, deve avançar 51,2% e atingir 2,95 milhões de sacas. O arábica terá crescimento de 2,4%, estimado em 1,1 milhão de sacas. Rondônia também projeta alta de 10,4%, alcançando 2,3 milhões de sacas.

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Exportações em queda no volume

Entre janeiro e julho de 2025, o Brasil exportou 23,7 milhões de sacas de café, queda de 16,4% ante 2024.
A redução já era prevista, diante da limitação dos estoques após o recorde de exportações no ano passado.
Apesar do recuo em volume, a receita somou US$ 9 bilhões, alta de 44,1% frente a 2024, recorde histórico para o período. O aumento reflete os preços internacionais elevados, principalmente no primeiro bimestre de 2025.

Impacto no mercado internacional

As novas estimativas tiveram pouco reflexo nas cotações em Nova York.
Os contratos de dezembro fecharam em alta de 0,20%, cotados a US$ 3,7440 por libra-peso nesta quinta-feira (4).