Resumo da notícia
- O governo brasileiro propõe duas estratégias para proteger o café das tarifas americanas: suspender todas as tarifas durante negociações bilaterais ou incluir o café na lista de isenção produto a produto.
- O vice-presidente Geraldo Alckmin informou que o Brasil formalizou ao governo dos EUA a proposta de suspensão das tarifas, que está sendo avaliada pela administração Trump.
- A reunião entre os presidentes Lula e Trump, marcada para 26 de outubro na Malásia, terá como foco a negociação da suspensão das tarifas sobre o café até a conclusão do acordo bilateral.
- O governo brasileiro mantém diálogo constante com o setor cafeeiro para enfrentar desafios nas exportações e busca ampliar benefícios de isenção tarifária, seguindo exemplos de outros produtos como celulose e madeira.
O governo brasileiro trabalha com duas estratégias para proteger o café das tarifas que os Estados Unidos impõem aos produtos brasileiros. A informação veio à tona durante reunião entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e representantes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), realizada nesta quarta-feira, 22 de outubro, em Brasília.

O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, e o diretor técnico Eduardo Heron apresentaram ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) um panorama atualizado da cafeicultura nacional e mundial. Incluindo dados sobre produção, exportação e consumo nos principais mercados.
Duas frentes de ação em andamento
Alckmin detalhou as negociações em curso com autoridades americanas e revelou as duas alternativas que o Brasil propõe para o café. A primeira prevê a suspensão de todas as tarifas sobre produtos brasileiros enquanto os dois países negociam um acordo comercial bilateral. A segunda mantém o café na lista de isenção produto a produto. Conforme estabelece a ordem executiva que o presidente Donald Trump assinou em 5 de setembro.
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“O governo brasileiro já formalizou a primeira proposta ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. E também aos demais secretários americanos do Comércio e ao USTR, representante de Comércio dos Estados Unidos. A administração Trump agora avalia a solicitação”, explica Matos.
O vice-presidente garantiu que, caso a suspensão geral não aconteça, o café encabeça a lista de produtos que Brasil e Estados Unidos querem incluir no anexo 2 da ordem executiva, com isenção total de tarifas. Outros produtos, como celulose e algumas madeiras, já conquistaram esse benefício e não pagam nem os 10% da tarifa-base estabelecida em abril.
Reunião entre presidentes acontece no domingo
Os ministérios das Relações Exteriores, da Agricultura e Pecuária, da Fazenda e o próprio MDIC, através da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), trabalham intensamente nos preparativos para o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, marcado para domingo, 26 de outubro, na Malásia.
“Alckmin nos informou que solicitou diretamente ao presidente Lula para abordar a possibilidade de suspensão das tarifas até a conclusão do acordo bilateral nessa conversa”, revela o diretor-geral do Cecafé.
O vice-presidente enfatizou que a reunião entre os mandatários priorizará temas econômicos, com senso de urgência. Alckmin também manifestou interesse em manter contato permanente com o Cecafé para avaliar cenários e resolver outros desafios que as exportações de café enfrentam nos Estados Unidos e em outros mercados internacionais.

Participaram do encontro, além de Matos e Heron, a secretária de Comércio Exterior Tatiana Prazeres, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços Uallace Lima e o secretário-executivo da CAMEX Rodrigo Loureiro.