Resumo da notícia
- Fiscais do Ibama e Brigada Militar Ambiental apreenderam 15 toneladas de pescado em operação contra pesca ilegal na Lagoa dos Patos, focando na proteção da corvina, espécie sobre-explotada.
- Pescadores foram flagrados usando redes de arrasto proibidas que prejudicam o ecossistema e a reprodução da corvina, além de praticar pesca irregular com embarcações sem autorização.
- Uma empresa foi autuada por comercializar pescado de origem ilegal, configurando "lavagem de origem", e o Ibama aplicou mais de R$ 600 mil em multas a 12 embarcações fiscalizadas.
Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreenderam cerca de 15 toneladas de pescado durante operação contra a pesca ilegal no Rio Grande do Sul. A Operação Mar Território aconteceu entre 24 e 28 de novembro na Lagoa dos Patos, com foco nos municípios de Pelotas, Rio Grande e São José do Norte.

A Brigada Militar Ambiental atuou em conjunto com o Ibama na ação integrada. As equipes concentraram esforços no combate à captura predatória da corvina (Micropogonias furnieri), espécie que enfrenta elevado grau de sobre-explotação.
Petrechos proibidos causam danos ao ecossistema
Os agentes flagraram pescadores utilizando rede de arrasto de trolha, petrecho que provoca grandes danos ambientais ao ecossistema lagunar. O dispositivo prejudica especialmente a população juvenil da corvina, comprometendo a reprodução da espécie.
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A fiscalização também identificou a prática de pesca por parelha, modalidade irregular na região. Entre as infrações, os fiscais encontraram uma embarcação lacrada pelo Ibama em autuação anterior por pesca ilegal, além de barcos operando sem autorização para atividade pesqueira.
Empresa de grande porte responde por “lavagem de origem”
Uma empresa pesqueira de grande porte recebeu autuação por comercializar pescado de origem irregular. A companhia adquiriu e armazenou corvina em quantidades muito superiores às capacidades de pesca, armazenamento e transporte das embarcações registradas como fornecedoras.
A investigação revelou que a empresa recebia pescado de barco não autorizado a operar na região, configurando “lavagem de origem” da pesca ilegal lagunar. Os fiscais constataram que a companhia comercializava corvina de origem inidônea e inválida, prática conhecida como “esquentamento de origem”.
Fiscalização autua 12 embarcações e aplica mais de R$ 600 mil em multas
A operação inspecionou 12 embarcações e lavrou 11 autos de infração. O Ibama aplicou R$ 618 mil em multas pelo conjunto das infrações ambientais identificadas.
Todo o pescado apreendido foi doado ao Programa Mesa Brasil do Serviço Social do Comércio (Sesc). A entidade destinou o alimento para população em situação de insegurança alimentar na região.

As ocorrências criminais foram encaminhadas à Polícia Federal em Pelotas para investigação e eventuais processos na esfera penal.
Sobre a corvina e a pesca irregular no RS
A corvina é uma das espécies mais comercializadas no Rio Grande do Sul e enfrenta pressão pesqueira intensa. A utilização de petrechos proibidos acelera o declínio populacional da espécie, que já apresenta sinais de sobre-explotação.
O Ibama mantém fiscalização permanente na Lagoa dos Patos, um dos principais pontos de pesca do estado, para coibir práticas ilegais e garantir a sustentabilidade dos recursos pesqueiros.