Resumo da notícia
- O Vale do Paraíba recebeu a Indicação Geográfica do mel em agosto, beneficiando 35 municípios e fortalecendo a apicultura local, sendo o 10º reconhecimento do tipo no estado de São Paulo.
- Produtores destacam a conquista coletiva e a valorização da produção sustentável e regional, com iniciativas que preservam a biodiversidade, como o uso da flor da grumixama nos rótulos.
- A Secretaria de Agricultura de São Paulo, junto com Sebrae e Universidade de Taubaté, ofereceu apoio técnico e capacitação para garantir a qualidade e segurança alimentar do mel certificado.
- São Paulo é o maior consumidor e quarto maior produtor nacional de mel, com pesquisas contínuas para proteger as abelhas e manter a sanidade apícola, lideradas pelo Instituto Biológico e laboratório em Pindamonhangaba.
O Vale do Paraíba recebeu, em agosto, a Indicação Geográfica (IG) do mel. O reconhecimento fortalece a apicultura em 35 municípios paulistas. O reconhecimento é o 10º do estado de São Paulo. Ele valoriza produtores e reforça a imagem do agro paulista em qualidade e sustentabilidade.
Produtores celebram conquista coletiva

A produtora Vanilda Santos, presidente da Câmara Setorial dos Produtos Apícolas do Estado, comemorou a vitória em Taubaté. Ela destacou que a certificação nasceu do esforço conjunto de representantes e produtores da região. “Mais que uma certificação, é uma conquista coletiva que reflete a dedicação da cadeia produtiva”, afirmou Vanilda.
Com mais de 20 anos de experiência, a produtora familiar produz 3,5 toneladas de mel por ano. Ela baseia o trabalho em sustentabilidade e preservação das abelhas. Em seus rótulos, Vanilda exibe a flor da grumixama, nativa da Mata Atlântica. A imagem homenageia sua sogra, Maria Eugênia, e valoriza a biodiversidade regional.
Tradição familiar fortalece apicultura
Em Tremembé, o produtor Antônio Carlos Dionísio, o Tavinho, e seu pai, Otávio, atuam exclusivamente na apicultura. Eles administram três apiários e a loja Apiário Brasil. “Empregamos sete integrantes da família em todas as etapas de produção”, contou Tavinho.
O produtor busca o SISP Artesanal e a certificação da Associação Nutrir, que vai gerir o IG do mel. “O selo vai reconhecer nossa produção diferenciada e de qualidade”, disse.
Apoio impulsionou a conquista
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo apoiou o processo, por meio da CATI Regional de Pindamonhangaba e da Defesa Agropecuária. Em parceria com Sebrae e Universidade de Taubaté, a CATI elaborou documentos para comprovar a relevância da cadeia produtiva do mel.
Segundo Haley Silva de Carvalho, chefe da CATI Regional, o órgão participou desde 2013 com orientações, capacitações e apoio técnico à apicultura. A Defesa Agropecuária atua na inspeção sanitária das colmeias e assegura padrões de segurança alimentar. O órgão também incentiva selos de inspeção para valorizar produtos artesanais. Vanilda destacou a importância do selo SISP Artesanal. “Ele reduz burocracias, mantém a qualidade e abre novos mercados para os produtores”, explicou.
São Paulo amplia produção e pesquisa
São Paulo é o maior consumidor de produtos apícolas e o quarto produtor nacional. O estado possui cinco mil propriedades e produz 5,4 mil toneladas anuais. Os pesquisadores alertam, desde 2006, para o declínio das abelhas e seus impactos no ecossistema. O Instituto Biológico lidera pesquisas sobre a sanidade dos polinizadores.
O Laboratório Especializado em Sanidade Apícola, em Pindamonhangaba, é o único do país. Ele diagnostica vírus, fungos, bactérias e parasitas que afetam abelhas africanizadas e nativas.
A Indicação Geográfica do mel do Vale do Paraíba reforça a identidade regional, amplia mercados e valoriza a produção sustentável paulista.