Resumo da notícia
- Pesquisadores mineiros visitaram Portugal para trocar conhecimentos sobre microrganismos que caracterizam os queijos artesanais de Minas Gerais, visando aprimorar qualidade, segurança e identidade do produto local.
- A missão incluiu visitas a queijarias e laboratórios avançados, destacando cooperação com a Universidade do Minho e laboratórios dos Açores, fortalecendo práticas analíticas e preservação da biodiversidade microbiana.
- Em abril de 2026, a EPAMIG sediará a conferência internacional “Novas Tendências de Identificação Microbiana” para discutir técnicas modernas aplicadas à indústria de queijos artesanais.
- Também em 2026, está prevista a visita de pesquisadores portugueses ao centro mineiro, ampliando a cooperação científica e fomentando novos projetos de pesquisa e formação no setor.
Uma missão técnica de pesquisadores mineiros a Portugal pode ser o próximo passo para elevar a qualidade, a segurança e a identidade dos queijos artesanais de Minas Gerais. A iniciativa, liderada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e pela Rede Mineira de Pesquisa em Queijos Artesanais, buscou fortalecer parcerias científicas e trazer inovações para o setor.

A viagem, realizada em outubro, incluiu visitas a queijarias tradicionais e laboratórios de ponta, com foco no intercâmbio de conhecimentos sobre a cadeia produtiva. O objetivo central foi aprender e compartilhar técnicas avançadas para a identificação, preservação e análise dos microrganismos que dão caráter único aos queijos de leite cru mineiros.
Cooperação científica e práticas de ponta
A comitiva, formada pelos pesquisadores da EPAMIG Daniel Arantes e Cristiane Viana (coordenadora do projeto), e pela professora Fabiana Aparecida Couto, do IFMG, foi recebida pela Universidade do Minho, em Braga. A agenda incluiu visitas a locais de referência, como a Queijaria Lactis Mercados, em Vila Verde, a Vale da Estrela, em Viseu, e a Queijaria da Vaquinha, nos Açores.
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“As experiências em Portugal trouxeram novas perspectivas para a pesquisa com coleções microbianas, inspirando iniciativas que podem contribuir para o fortalecimento da cadeia dos queijos artesanais”, afirmou o pesquisador Daniel Arantes. “A troca de conhecimentos reforça a importância da cooperação na preservação e no uso responsável da biodiversidade de microrganismos presente nos queijos de Minas Gerais.”
Nos Açores, a equipe também conheceu o Laboratório Regional de Veterinária, uma referência em práticas analíticas para identificação e armazenamento de microrganismos essenciais para a produção queijeira.
Frutos da parceria: evento internacional e novas visitas
A missão já rendeu frutos concretos. Está marcada para abril de 2026, no auditório da EPAMIG em Belo Horizonte, a conferência “Novas Tendências de Identificação Microbiana”. O evento reunirá especialistas do Brasil e do exterior para discutir métodos modernos, como o uso de MALDI-TOF MS e Biologia Molecular, aplicados à indústria de queijos artesanais.
Além disso, também para 2026, está prevista a visita de representantes da Universidade do Minho ao Centro de Pesquisa e Treinamento em Queijos Artesanais da EPAMIG, em São João del-Rei (MG). A ação visa fortalecer a cooperação e fomentar novas pesquisas e projetos de formação.
As atividades integram o projeto “Estudo do fermento biológico endógeno dos Queijos Artesanais em Minas Gerais”, financiado pela Fapemig, e reforçam o compromisso de unir o saber tradicional à ciência de ponta para valorizar um dos patrimônios gastronômicos mais importantes do estado.