A mandioquinha-salsa virou um negócio lucrativo em Santa Catarina. Em pouco mais de uma década, a produtividade média subiu de 12 para 35 toneladas por hectare. O custo de produção caiu 56%. O avanço veio com novas variedades desenvolvidas pela Epagri em parceria com agricultores e pesquisadores.

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Até 2012, os produtores dependiam apenas do cultivar Senador Amaral, que não se adaptava bem ao clima local. A falta de opções levou a perdas por pragas e doenças. A Epagri então testou materiais genéticos em Angelina, na Grande Florianópolis. As melhores plantas, rústicas e produtivas, deram origem às variedades SCS380 Inca e SCS381 Coqueiral, lançadas em 2022.

Variedades de mandioquinha-salsa são adaptadas às condições climáticas de Santa Catarina. Foto: Epagri

A Inca produz mais de 30 toneladas por hectare. A Coqueiral chega a 40 toneladas, contra apenas 12 do Senador Amaral. Em 2023, as novas variedades já ocupavam 98% da área plantada em SC e 90% no Paraná, somando 2 mil hectares. Cerca de 900 famílias catarinenses e 1,5 mil em outros estados já adotaram a tecnologia.

Bruno Dias, de Angelina, abandonou a mandioquinha-salsa por causa da baixa produtividade. Com a Coqueiral, retomou o cultivo em sistema orgânico. Em 2023, colheu 39 toneladas por hectare, com apenas 1% de descarte. A renda chegou a R$ 42,9 mil, com custos de apenas 8%.

 

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O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), da Epagri, ajudou a reduzir 70% dos fertilizantes e 65% dos agrotóxicos. A erosão caiu 90%, e muitas lavouras dispensaram irrigação. Hoje, o sistema já cobre 30% das áreas no estado.

A mandioquinha-salsa já movimenta R$ 25 milhões em Angelina só com raízes. Com tecnologia e manejo adequado, a cultura avança para o Vale do Itajaí e Planalto Norte, consolidando Santa Catarina como referência no setor.

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