Resumo da notícia
- O agronegócio brasileiro é destaque na Forbes 2025, com 39 bilionários do setor acumulando R$ 382,8 bilhões, abrangendo desde produção agrícola até bebidas, fertilizantes e logística.
- Jorge Paulo Lemann lidera com R$ 88 bilhões, impulsionado pela AB Inbev e 3G Capital, que realizou aquisições globais como Budweiser e Skechers, diversificando seus investimentos.
- Carlos Alberto Sicupira, sócio de Lemann, mantém R$ 39,1 bilhões, apesar da queda patrimonial, e é reconhecido pela estratégia de gestão e reestruturação na 3G Capital.
- Joesley e Wesley Batista comandam a JBS, com patrimônio individual de R$ 25 bilhões, expandindo globalmente na produção de proteínas animais e enfrentando desafios regulatórios e ambientais.
O agronegócio brasileiro continua sendo uma das principais forças econômicas do país e um verdadeiro gerador de fortunas bilionárias.
Segundo a mais recente lista da Forbes de 2025, 39 dos 300 maiores bilionários brasileiros estão direta ou indiretamente ligados ao setor agropecuário, acumulando juntos um patrimônio impressionante de R$ 382,8 bilhões.
Esta concentração de riqueza reflete a pujança de um setor que vai muito além das porteiras das fazendas, englobando desde a produção de bebidas e alimentos processados até fertilizantes, celulose e logística.
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Conheça os perfis dos dez maiores bilionários do agro brasileiro e as histórias por trás de suas fortunas.
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Jorge Paulo Lemann – O rei das bebidas
Patrimônio: R$ 88 bilhões
Aos 85 anos, Jorge Paulo Lemann mantém-se no topo da lista como o maior bilionário do agronegócio brasileiro. Sua fortuna está fundamentada no controle da AB Inbev, a maior cervejaria do mundo, e na 3G Capital, seu fundo de investimentos que se tornou sinônimo de aquisições audaciosas.
Lemann construiu seu império através de uma estratégia agressiva de fusões e aquisições. A 3G Capital, sob sua liderança, adquiriu marcas icônicas como Budweiser, Stella Artois e Corona, consolidando a AB Inbev como líder global no setor de bebidas. Em 2025, demonstrou que não perdeu o apetite por grandes negócios ao adquirir a Skechers por US$ 9,4 bilhões, diversificando ainda mais seu portfólio de investimentos.
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Carlos Alberto da Veiga Sicupira – O estrategista
Patrimônio: R$ 39,1 bilhões
Sócio de longa data de Lemann, Sicupira, de 77 anos, é peça fundamental na estratégia da 3G Capital. Conhecido por sua visão estratégica aguçada, ele ajudou a moldar o modelo de gestão que transformou pequenas empresas em gigantes globais.
Apesar de ter enfrentado uma redução de 20,8% em seu patrimônio, principalmente devido aos impactos da crise da Americanas, Sicupira mantém sua participação estratégica nos negócios do grupo e aposta na recuperação da 3G Capital. Sua experiência em reestruturação de empresas e corte de custos tornou-se referência no mercado financeiro mundial.
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Joesley Mendonça Batista – O líder global em proteínas
Patrimônio: R$ 25 bilhões
Aos 53 anos, Joesley Batista comanda a JBS, líder mundial em proteína animal. Sua fortuna cresceu 8,8% no último ano, reflexo dos resultados positivos da empresa e de sua bem-sucedida estratégia de diversificação internacional.
A JBS, sob sua liderança, expandiu-se globalmente e hoje opera em mais de 20 países, processando cerca de 13 milhões de cabeças de gado, 49 milhões de suínos e 5 bilhões de aves anualmente. Apesar dos desafios regulatórios e ambientais enfrentados pelo setor, Joesley tem conseguido manter a empresa na vanguarda da indústria de alimentos.
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Wesley Mendonça Batista – O irmão estratégico
Patrimônio: R$ 25 bilhões
Wesley, de 55 anos, irmão de Joesley, compartilha o comando da JBS e os frutos do sucesso da empresa no mercado global. Assim como o irmão, viu sua fortuna crescer 8,8% no último período.
Wesley tem focado especialmente na expansão internacional da JBS e nas operações de aves e suínos da empresa. Sua visão estratégica complementa a de Joesley, formando uma dupla que soube transformar um frigorífico de Goiás numa das maiores empresas de alimentos do mundo.
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Ricardo Castellar de Faria – O rei dos ovos
Patrimônio: R$ 19,6 bilhões
Aos 50 anos, Ricardo Faria é o fundador e controlador da Granja Faria, a maior produtora de ovos do Brasil. Seu patrimônio cresceu impressionantes 12,5% no último ano, impulsionado pela expansão internacional agressiva de seus negócios.
Em 2025, Faria fez movimentos estratégicos importantes, adquirindo a Hillandale Farms nos Estados Unidos e o Grupo HEVO na Europa, consolidando sua posição no mercado global de ovos. Sua visão empreendedora transformou um negócio tradicionalmente local numa operação internacional de grande escala.
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Alceu Elias Feldmann – O magnata dos fertilizantes
Patrimônio: R$ 18,5 bilhões
Aos 75 anos, Feldmann é um dos maiores players do mercado brasileiro de fertilizantes através da Fertipar. Seu patrimônio manteve-se estável, com crescimento de 0,6%, refletindo a importância constante dos fertilizantes para culturas essenciais como soja, milho e café.
A Fertipar, sob sua liderança, tornou-se peça fundamental no agronegócio brasileiro, fornecendo os insumos necessários para manter a produtividade das principais commodities do país. Feldmann construiu seu império aproveitando o crescimento explosivo do agronegócio nas últimas décadas.
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Marcel Herrmann Telles – O veterano dos investimentos
Patrimônio: R$ 12,5 bilhões
Telles, de 75 anos, completa o trio de fundadores da 3G Capital junto com Lemann e Sicupira. Apesar de ter enfrentado uma significativa retração patrimonial de 79,5%, ele continua sendo uma figura central nos negócios do grupo.
Parte da redução em seu patrimônio se deve à transferência de recursos para seu filho, que inclusive entrou para o ranking de bilionários em 2025, mostrando que a família mantém sua relevância no cenário econômico brasileiro.
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Rubens Ometto Silveira Mello – O pioneiro da agroenergia
Patrimônio: R$ 7,6 bilhões
Aos 75 anos, Ometto é o controlador da Cosan, líder em energia renovável no Brasil, e da Rumo, importante empresa de logística ferroviária. Sua fortuna teve pequena redução de 5,3%, mas mantém-se sólida no setor de agroenergia.
A Cosan, sob sua liderança, foi pioneira na produção de etanol e açúcar em larga escala, enquanto a Rumo revolucionou o transporte de grãos no Brasil. Ometto soube antecipar tendências e posicionar suas empresas na vanguarda da sustentabilidade e eficiência logística.
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Marcos Molina dos Santos – O especialista em carne bovina
Patrimônio: R$ 7,2 bilhões
Molina, de 55 anos, lidera a Marfrig, uma das maiores empresas globais de carne bovina. Sua fortuna mais que dobrou, crescendo 116,2%, refletindo o bom momento da empresa, que está atualmente em processo de fusão com a BRF.
A fusão entre Marfrig e BRF promete criar um gigante ainda maior no setor de alimentos, consolidando a posição de Molina como um dos principais players do mercado global de carnes.
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David Feffer – O herdeiro da celulose
Patrimônio: R$ 7,1 bilhões
Aos 68 anos, Feffer representa a terceira geração à frente do Grupo Suzano, líder mundial em celulose e papel. Neto do fundador da empresa, ele soube modernizar e expandir os negócios familiares, mantendo a Suzano na vanguarda tecnológica do setor.
Apesar de uma pequena redução de 5,4% em seu patrimônio, Feffer continua comandando uma das empresas mais importantes do setor florestal mundial, que tem papel fundamental na cadeia produtiva do agronegócio brasileiro.
O futuro do agronegócio brasileiro
A concentração de fortunas bilionárias no agronegócio brasileiro reflete não apenas o sucesso individual destes empresários, mas também a força estrutural de um setor que se modernizou e se globalizou nas últimas décadas. Com R$ 382,8 bilhões em patrimônio conjunto, estes 39 bilionários ligados ao agro representam uma fatia significativa da riqueza nacional e continuam investindo na expansão e inovação de suas empresas.
O setor promete manter sua relevância econômica, especialmente num cenário global de crescente demanda por alimentos, energia renovável e produtos sustentáveis. Os números mostram que o agronegócio brasileiro não é apenas uma força do presente, mas uma aposta sólida para o futuro da economia nacional.