Foto: divulgação - Sec. de Agricultura e Abastecimento de São Paulo

No Dia do Florista, comemorado em 2 de setembro, uma pesquisa realizada pela Flowwow revela que 92% dos donos de floriculturas no Brasil estão otimistas com os próximos meses. O estudo ouviu empreendedores parceiros do marketplace, presente em mais de 40 países. Apesar dos desafios, os empresários apostam na recuperação do setor.

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O levantamento mostra que a maioria acredita no crescimento das vendas, especialmente durante as datas comemorativas do segundo semestre. Sete em cada dez esperam superar os resultados de 2024 nesse período. O impacto do digital é claro: 38% reportam que quase todas as vendas já ocorrem por canais online, como marketplaces, WhatsApp e Instagram.

Por outro lado, apenas 22% registraram aumento no tíquete médio ou volume de compras, evidenciando que a digitalização ainda não amplia o consumo de forma significativa. No primeiro semestre de 2025, 54% dos floristas cresceram em vendas e 27% mantiveram estabilidade. Entre os principais obstáculos, destacam-se o aumento dos custos com frete, insumos e energia, além da dificuldade na fidelização dos clientes.

“A palavra que define empreender no Brasil para muitos floristas é desafiador”, aponta a pesquisa realizada em agosto de 2025 com mais de 450 floriculturas parceiras em 17 estados brasileiros.

Segundo Mikhail Liu-i-Tian, CEO da Flowwow no Brasil, o otimismo vem não só do calendário de datas especiais, mas também da aceleração das vendas digitais. “Os clientes buscam mais conveniência e variedade. As plataformas online facilitam a compra tanto para consumidores quanto para empreendedores”, afirma.

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Ele alerta que os desafios de custo e fidelizar clientes permanecem. No entanto, a digitalização e a aproximação com novos públicos mostram-se caminhos promissores para manter a confiança no futuro do setor.

 Setor de flores movimenta R$ 21 bi no Brasil com crescimento no segmento premium

O mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais vive um momento de forte expansão. O setor, que movimenta cerca de R$ 21,23 bilhões, espera um crescimento entre 5% e 8% em 2025. O avanço é puxado pelas datas comemorativas, pela consolidação do e-commerce e pela alta demanda no segmento premium.

Os dados são das principais associações e cooperativas do setor. O Brasil conta com aproximadamente 8,3 mil produtores, a maioria de pequeno e médio porte. O estado de São Paulo se mantém como o coração da floricultura nacional, responsável por 75% da produção e 55% de todo o consumo do país.

Segmento premium e e-commerce puxam onda de crescimento

Um dos destaques do setor é o nicho de alto luxo. Só no primeiro semestre de 2024, esse segmento registrou crescimento superior a 30%. O ticket médio de um arranjo premium pode chegar a R$ 530. A tendência exige personalização, embalagens exclusivas e serviços de entrega ágil.

As vendas online, embora ainda representem menos de 10% do faturamento total, se mostram um canal em ascensão. A praticidade do digital conquista um público cada vez maior.

As flores mais populares seguem sendo as rosas e as orquídeas. O calendário de vendas é definido por três datas principais: Dia das Mães (responsável por 15% do faturamento anual), Dia dos Namorados e Dia Internacional da Mulher.

Em períodos de pico de demanda, como no inverno brasileiro durante o Dia dos Namorados, o país recorre às importações. A Colômbia e o Equador são os principais fornecedores, com 93% dos produtos entrando no Brasil por via aérea para garantir a qualidade e a velocidade.

Desafios: logística, custos e mão de obra

Apesar do otimismo, o setor enfrenta obstáculos. A logística é o principal deles, devido à natureza perecível da mercadoria. A cadeia de frio e o transporte rápido são essenciais para evitar perdas.

Os custos de insumos, muitos importados e impactados pela alta do dólar, pressionam os produtores. Outro problema crônico é a escassez de mão de obra qualificada em todas as etapas, do cultivo à distribuição.

Cooperativa Holambra centraliza quase metade do comércio

A Cooperativa Veiling Holambra se mantém como a principal central de comercialização do país, responsável por cerca de 45% do volume total de flores e plantas vendidas no Brasil.

Foto: Cooperativa Veiling Holambra

Para os próximos anos, a aposta do setor está na expansão para novas regiões, como a Serra da Ibiapaba, no Ceará. O investimento em tecnologia—com estufas climatizadas e controle de irrigação—é crucial para ganhar eficiência e reduzir perdas.