Resumo da notícia
- As lavouras de verão no Paraná avançam com plantio de milho em 9% da área prevista, batata em 22% e restrição na soja devido ao vazio sanitário, principalmente fora da Região 2.
- O tabaco atinge área recorde de 85,3 mil hectares, com projeção de colheita de 217,5 mil toneladas, superando o volume de 2024 e sendo importante para pequenas propriedades no Sudeste.
- Exportações brasileiras de frango cresceram 0,9% em faturamento, mas o Paraná teve queda de 5,7% no volume e arrecadação, impactado por embargos após surto de gripe aviária no RS.
- O preço da arroba bovina subiu 5,49% em agosto, alcançando R$ 310,50, sustentado pela menor oferta; exportações bateram recorde em julho, enquanto preços internos dos cortes bovinos pressionaram o orçamento das famílias.
As lavouras de verão começaram a ocupar os campos do Paraná. O Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária do Deral destacou milho e batata. O plantio de soja segue restrito. Apenas a Região 2, que abrange Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste, possui áreas emergentes. Nas demais regiões, o vazio sanitário ainda impede a semeadura.
Milho
Condições climáticas favoráveis aceleraram a primeira safra de milho 2025/26. Até agora, agricultores já semearam 29 mil hectares, 9% dos 314 mil previstos. A região de Ponta Grossa concentra 23% da área estadual de milho, com 72,2 mil hectares. Desse total, 21 mil já foram plantados. Guarapuava ocupa a segunda posição. Em geral, a área estimada chega a 47,6 mil hectares, 15% da produção estadual. O Deral projeta 3,2 milhões de toneladas na colheita.
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Batata
A batata de primeira safra também avançou, mas em ritmo menor. Em resumo, os agricultores plantaram 3,5 mil hectares, 22% da área total prevista de 16,3 mil. No mesmo período do ano passado, o plantio atingia 35%. O solo mais duro, causado pelo tempo seco, dificultou a semeadura.
Curitiba lidera a produção de batata, com 39% do total. Guarapuava responde por 23% e Ponta Grossa por 13%.
A colheita deve alcançar 517,1 mil toneladas. Portanto, se confirmada, será queda de 11% em relação às 584,2 mil toneladas de 2024.
Tabaco
O boletim também destaca a expansão do tabaco. Os produtores estimam 85,3 mil hectares, maior área já cultivada no Paraná. O Deral projeta colheita de 217,5 mil toneladas. Ou seja, o volume deve superar o recorde anterior de 195,1 mil toneladas, registrado em 2024.
O tabaco continua sendo alternativa de renda para pequenas propriedades, principalmente no Sudeste do Estado.
Exportação de frango
O documento também traz dados das exportações brasileiras de frango entre janeiro e julho. O faturamento cresceu 0,9%, somando US$ 5,472 bilhões. Por outro lado, o volume embarcado caiu 2,3%. O total passou de 2,975 milhões para 2,906 milhões de toneladas.
No Paraná, as exportações recuaram 5,7%. O volume caiu de 1,262 milhão para 1,189 milhão de toneladas.
Como resultado, a arrecadação também diminuiu. O valor passou de US$ 2,272 bilhões para US$ 2,181 bilhões, queda de 4% nos sete primeiros meses do ano. O recuo ocorreu principalmente pelos embargos aplicados após a confirmação de gripe aviária em granja comercial do Rio Grande do Sul.
Carne bovina
O boletim ainda registrou alta no preço da arroba bovina em agosto. A valorização foi de 5,49% em relação a julho. A arroba encerrou o mês a R$ 310,50, segundo dados do Cepea-Esalq/USP. A menor oferta de animais sustentou a alta.
As exportações de carne bovina seguem firmes. Em julho, o Brasil exportou recorde de 310 mil toneladas.
No mercado interno, consumidores enfrentaram preços mais altos em agosto. Apenas alcatra sem osso e contrafilé com osso recuaram levemente. Os demais cortes bovinos subiram entre 1,7% e 4,3%, pressionando ainda mais o orçamento das famílias.