Resumo da notícia
- A National Cattlemen's Beef Association dos EUA pede embargo total às importações de carne brasileira, alegando falhas sanitárias, especialmente pela demora na notificação de caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina em 2023.
- O Ministério da Agricultura do Brasil nega as acusações, afirmando que todos os casos de vaca louca são atípicos e sem risco, classificando as críticas como protecionismo para eliminar a concorrência.
- A pressão da NCBA levou o Mato Grosso do Sul a suspender temporariamente as exportações de carne bovina para os EUA, afetando um mercado que movimentou US$ 235 milhões em 2024.
- Mesmo com altas tarifas americanas sobre a carne brasileira, a NCBA considera insuficiente e busca o banimento completo do produto no mercado dos EUA.
A National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), principal associação de pecuaristas dos Estados Unidos, intensificou sua campanha contra a carne brasileira. O grupo pede ao governo americano um embargo total e imediato às importações do produto vindas do Brasil.
A entidade alega falhas graves do Brasil na área de saúde animal. O principal argumento envolve um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a “doença da vaca louca”. Segundo a NCBA, o Brasil levou 35 dias para notificar um caso atípico à Organização Mundial de Saúde Animal em 2023. O protocolo internacional exige notificação em até 24 horas.
A associação também cita preocupações históricas com febre aftosa. Eles afirmam que o país não é um parceiro comercial confiável e que uma auditoria completa no sistema sanitário brasileiro é necessária.
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Resposta brasileira: protecionismo disfarçado
O Ministério da Agricultura do Brasil rebateu as acusações. A pasta reforçou que o país nunca registrou um caso clássico da doença da vaca louca. Todos os casos foram atípicos, de ocorrência espontânea e sem risco à população.
O Brasil mantém o status de “risco insignificante” para a doença desde 2012. Para o governo, as alegações dos pecuaristas americanos são uma medida protecionista clássica. O objetivo real, dizem, é eliminar a concorrência do mercado americano.
Impacto econômico imediato
A pressão da NCBA já surte efeito. O Mato Grosso do Sul, grande exportador, suspendeu temporariamente suas vendas para os EUA. O estado exportou US$ 235 milhões em carne bovina para o mercado americano apenas em 2024.
A disputa ocorre mesmo com as altas tarifas de importação que os EUA já impõem sobre a carne brasileira. A NCBA considera as tarifas um bom começo, mas insuficiente. Eles querem o banimento completo.