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    Plantas amazônicas revolucionam tratamento de parasitas

    Óleos essenciais de Piper hispidum eliminam vermes das brânquias em tambaquis sem produtos químicos
    Henrique RodartePor Henrique Rodarte22/07/2025
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    parasitas tambaquis
    Foto: Maria José Tupinamba/Embrapa
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    Pesquisadores da Embrapa descobriram uma solução revolucionária para combater parasitas em tambaquis. Óleos essenciais extraídos de plantas amazônicas eliminam vermes monogenéticos das brânquias dos peixes. A descoberta promete transformar a piscicultura brasileira com uma alternativa natural aos produtos químicos tradicionais.

    O estudo testou três espécies do gênero Piper: P. callosum, P. hispidum e P. marginatum. As duas primeiras espécies apresentaram resultados extraordinários. Elas reduziram significativamente a infestação por vermes nas brânquias dos tambaquis. A terceira espécie não demonstrou a mesma eficácia terapêutica.

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    Coordenação científica e parcerias estratégicas

    Marcos Tavares Dias, pesquisador da Embrapa Amapá, coordenou a pesquisa. O projeto contou com parceria da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e Embrapa Amazônia Ocidental. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) financiou o estudo através de Edital Universal.

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    Francisco Célio Chaves cultiva as três espécies na Embrapa Amazônia Ocidental em Manaus. O pesquisador desenvolve estudos agronômicos completos. Ele analisa sistemas de cultivo, produção de mudas, plantio, adubação e irrigação.

    Pesquisador Francisco Célio Chaves. Foto: Maria José Tupinamba/Embrapa

    As plantas passam por um processo rigoroso de preparação. A equipe corta as plantas na fase reprodutiva e leva para secagem. O Laboratório de Plantas Medicinais e Fitoquímica processa o material vegetal. Ali ocorre a destilação e purificação dos óleos essenciais.

    A Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro, recebe os óleos para análise. Humberto Bizzo analisa a composição química através de cromatografia gasosa. Ele identifica os componentes majoritários de cada óleo essencial.

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    Diversidade química da flora amazônica

    A família Piperaceae integra naturalmente o bioma Amazônia. Chaves explica que essas plantas apresentam diversidade molecular extraordinária. Elas contêm moléculas químicas com atividade biológica comprovada.

    “Conhecemos as substâncias químicas majoritárias que compõem esses óleos essenciais”, afirma o pesquisador. Esses compostos passam por testes na piscicultura para controle de doenças parasitárias. Cientistas também testam o uso no controle de pragas e doenças em vegetais e outros animais.

    Marcos Tavares Dias explica que os vermes monogenéticos causam sérios problemas. Esses parasitas fixam-se nas brânquias dos peixes. Eles comprometem a respiração e prejudicam a produção da piscicultura.

    Marcos Tavares Dias, pesquisador. Foto: Arquivo pessoal.

    Tradicionalmente, produtores usam produtos químicos para controle. Formalina, organofosforados e albendazol integram os tratamentos convencionais. Esses produtos químicos apresentam eficácia comprovada, mas trazem riscos significativos.

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    Os químicos tradicionais ameaçam a saúde dos trabalhadores que os manipulam. Eles causam impactos ambientais negativos. Além disso, podem selecionar parasitas resistentes.

    Vantagens dos óleos essenciais

    “Os óleos essenciais ganham espaço mundialmente como alternativa mais segura e sustentável”, destaca Tavares Dias. O uso contínuo de quimioterápicos favorece a resistência dos parasitas.

    Os óleos apresentam múltiplas vantagens. Eles demonstram eficácia similar aos produtos químicos. Não apresentam toxicidade para os peixes nas doses testadas. Não oferecem riscos à saúde dos trabalhadores.

    Os testes laboratoriais estabeleceram protocolos específicos para cada óleo. Pesquisadores submeteram os peixes a banhos terapêuticos com diferentes concentrações.

    Tratamento é seguro para os peixes e ambientalmente mais sustentável em comparação aos quimioterápicos comumente utilizados. Foto: Siglia Souza/Embrapa

    O óleo de P. callosum funciona em banhos de 20 minutos cada. O protocolo prevê 24 horas de intervalo entre aplicações. O óleo de P. hispidum requer banhos de uma hora cada. Neste caso, o intervalo aumenta para 48 horas entre banhos.

    Ambos os tratamentos reduziram significativamente a infestação parasitária. As brânquias dos tambaquis apresentaram melhora substancial após os tratamentos.

    Análises com microscopia eletrônica de varredura revelaram o mecanismo de ação. Os componentes químicos dos óleos alteram a estrutura da membrana dos parasitas. Esta alteração compromete a fixação dos vermes nas brânquias. O processo facilita a eliminação natural dos parasitas.

    Os experimentos confirmaram a segurança dos tratamentos. Nenhum peixe morreu durante os testes laboratoriais.

    O gênero Piper representa um dos grupos mais diversos da flora amazônica. Cientistas conhecem cerca de 400 espécies no Brasil. Comunidades regionais usam tradicionalmente muitas dessas plantas como remédios naturais.

    Este conhecimento tradicional reforça o potencial para inovação na agricultura. Ele também abre possibilidades na saúde animal.

    Manejo preventivo na piscicultura

    A pesquisa enfatiza a importância do manejo preventivo de doenças. Práticas como quarentena evitam surtos de monogenéticos. Controle da densidade dos peixes nos tanques reduz riscos. Monitoramento da qualidade da água mantém condições adequadas.

    Essas práticas previnem surtos de doenças. Elas reduzem prejuízos significativos na produção. O controle de parasitas pode representar até 22% dos custos totais de cultivo. Este percentual torna o uso de soluções naturais ainda mais estratégico.

    Os cientistas esperam que os resultados orientem técnicos e piscicultores. A proposta alinha-se com os princípios de piscicultura mais sustentável. Ela sintoniza com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

    Especialmente o ODS 8 promove crescimento econômico sustentável. Ele também estimula trabalho decente e condições laborais seguras.

    Desafios para implementação comercial

    Pesquisadores reconhecem desafios importantes para aplicação prática. A disponibilidade das plantas medicinais em larga escala representa obstáculo. O custo de produção ainda precisa de avaliação detalhada.

    A viabilidade prática requer estabelecimento de diretrizes de uso sustentável. Será necessária regulamentação específica para aplicação na aquicultura. Validação destes resultados em tanques de piscicultura comercial também é essencial.

    Os resultados promissores indicam futuro sustentável para a aquicultura brasileira. A combinação de conhecimento tradicional com pesquisa científica abre novas possibilidades. Produtores de tambaqui poderão contar em breve com alternativas naturais e eficazes.

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    Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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