Índice de Preços de Alimentos da ONU recua 1,2% em novembro e acumula três meses de baixa, influenciado por açúcar, lácteos, carnes e óleos vegetais

Os preços globais de alimentos voltaram a cair em novembro e completaram três meses seguidos de recuo. Isso segundo o Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O indicador, que mede uma cesta de commodities alimentares negociadas internacionalmente, ficou em 125,1 pontos, queda de 1,2% em relação a outubro.​

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Com o resultado, o índice está 2,1% abaixo do nível de novembro de 2024. E 21,9% abaixo do pico registrado em março de 2022, logo após o início da guerra na Ucrânia. O patamar atual também representa a menor leitura desde janeiro deste ano, o que sinaliza algum alívio nas cotações internacionais.​

A FAO explica que a baixa em novembro refletiu quedas nos subíndices de lácteos, carnes, açúcar e óleos vegetais, que mais do que compensaram a alta dos cereais. Açúcar liderou o recuo, com tombo de 5,9% frente a outubro e preços no menor nível desde dezembro de 2020. Isso pois foi mpulsionado por expectativa de oferta abundante, com boa safra no Centro-Sul do Brasil, início positivo da colheita na Índia e melhora nas perspectivas de produção na Tailândia.​

O índice de lácteos recuou 3,1% no mês, na quinta queda consecutiva, em meio a aumento da produção de leite e maior oferta exportável em grandes regiões produtoras. As cotações de carnes e de óleos vegetais também diminuíram, contribuindo para suavizar os custos globais de importação de alimentos.​

Cereais sobem

Na direção oposta, o subíndice de cereais subiu cerca de 1,8% em relação a outubro, mas ainda permanece mais de 5% abaixo do nível de um ano antes. O movimento reflete ajustes nas cotações de trigo, milho e arroz, influenciados por condições climáticas em grandes produtores, competição entre exportadores e novos acordos comerciais.​

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Especialistas ouvidos por agências internacionais avaliam que a tendência recente traz algum respiro para países importadores, mas não elimina riscos. Eles lembram que choques climáticos, tensões geopolíticas e mudanças em políticas de comércio e biocombustíveis podem voltar a pressionar os preços, em especial em mercados mais sensíveis como o de cereais.​