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    Sustentabilidade

    Brasil aposta na tequila para produzir etanol sustentável

    Embrapa e empresa baiana apostam na espécie mexicana como alternativa sustentável para bioenergia, sequestro de carbono e alimentação animal
    Henrique RodartePor Henrique Rodarte05/08/2025
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    Foto: Tarcísio Gondim/Embrapa
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    Resumo da notícia

    • O Brasil investe na Agave tequilana como fonte de etanol sustentável, destacando seu potencial no Semiárido nordestino devido à resistência à seca e adaptação ao clima local, ampliando alternativas energéticas renováveis.
    • O projeto liderado pela Embrapa Algodão e Santa Anna Bioenergia busca integrar produção de biocombustível, sequestro de carbono e uso de resíduos para alimentação animal, promovendo sustentabilidade e desenvolvimento regional.
    • Além da Agave tequilana, a pesquisa explora a Agave sisalana, com foco em melhorar o aproveitamento da biomassa, atualmente subutilizada, para ampliar usos industriais e energéticos na Bahia e Paraíba.
    • Após visitas técnicas no México, o projeto já iniciou experimentos no campo com 500 mudas de Agave tequilana, marcando o avanço prático da pesquisa para diversificar fontes renováveis no Brasil.

    Resumo gerado pela redação.

    O Brasil está dando passos importantes rumo à diversificação de suas fontes de energia renovável. A Agave tequilana, planta mundialmente conhecida por ser a matéria-prima da famosa bebida mexicana, agora é objeto de pesquisa científica no país como uma promissora alternativa para produção de etanol sustentável.

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    A iniciativa, liderada pela Embrapa Algodão (PB) em parceria com a empresa Santa Anna Bioenergia (BA), representa um marco na busca por soluções energéticas adaptadas às condições climáticas do Semiárido nordestino. O projeto vai além da produção de biocombustível, incluindo também o sequestro de carbono e o aproveitamento de resíduos para alimentação animal.

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    Uma aposta no potencial do Semiárido

    O diferencial da Agave tequilana está justamente em sua resistência à seca e adaptação ao clima semiárido, características que a tornam viável em regiões onde outras culturas energéticas não conseguem prosperar. Embora seu ciclo de crescimento seja mais longo que o da cana-de-açúcar – cerca de cinco anos até a colheita -, essa desvantagem é compensada pela capacidade de produção em áreas anteriormente consideradas inadequadas para cultivos comerciais.

    Pesquisador Tarcísio Gondim. Foto: Tarcísio Gondim/Embrapa

    “Essa inovação tecnológica pode contribuir para mitigar desigualdades regionais e enfrentar a precarização das áreas sisaleiras do Nordeste brasileiro”, explica o pesquisador Tarcísio Gondim, da Embrapa Algodão. O projeto utiliza plantas xerófilas com múltiplo propósito: produção de etanol, alimentação para ruminantes e captura de CO2 em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

    Aproveitamento integral da biomassa

    A pesquisa não se limita apenas à Agave tequilana. O estudo também inclui outras variedades do gênero Agave mantidas no Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa, incluindo a Agave sisalana (sisal), atualmente utilizada principalmente para produção de cordas, tapetes e materiais de construção civil.

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    O Brasil é o maior produtor mundial de Agave sisalana, com 95 mil toneladas de fibra produzidas em 2023, segundo dados do IBGE. Cerca de 95% dessa produção se concentra na Bahia, no chamado Território do Sisal, enquanto a Paraíba ocupa a segunda posição no ranking nacional.

    Um dos objetivos centrais da pesquisa é otimizar o aproveitamento da biomassa dessas plantas. Atualmente, apenas 4% da biomassa da folha da Agave sisalana é utilizada no processo de industrialização, evidenciando o enorme potencial de melhor aproveitamento do material.

    Primeiros experimentos em campo

    O projeto já saiu do papel e chegou ao campo. Em março deste ano, pesquisadores da Embrapa Algodão realizaram uma missão ao México, visitando o Instituto Nacional de Investigações Florestais, Agrícolas e Pecuárias (Inipaf) e diversas instituições ligadas à cadeia produtiva da tequila.

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    As primeiras 500 mudas de Agave tequilana Weber var. Azul, oriundas do México e trazidas pela Santa Anna Bioenergia, já passaram pelo processo de quarentena obrigatório. Atualmente, os pesquisadores brasileiros estão iniciando os estudos de avaliação da espécie em Jacobina, na Bahia. Na cidade foi instalada a primeira Unidade de Referência Tecnológica (URT) de Agave tequilana.

    O projeto prevê ainda a implantação de outras duas URTs nos municípios de Alagoinha e Monteiro, na Paraíba, totalizando 1.800 mudas na primeira etapa do experimento.

    Análise química e tecnologia inovadora

    O experimento faz parte do projeto “Agave na produção de etanol, sequestro de carbono e ração animal nas condições do Semiárido brasileiro”. E terá duração de cinco anos. Durante esse período, a equipe técnica vai conduzir ensaios para recomendar arranjos de plantio, estratégias de adubação e tratos culturais que garantam maior rendimento e viabilidade econômica.

    O estudo inclui também outras variedades. Foto: Tarcísio Gondim/Embrapapromissoras do gênero Agave mantidas no Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa, para produção de biomassa .

    Segundo o pesquisador Everaldo Medeiros, responsável pelas análises no laboratório de Química da Embrapa Algodão, as atividades de caracterização química estão sendo conduzidas com metodologias inovadoras. Portanto, possibilitando a criação de um painel abrangente de dados que servirá de base para estratégias eficazes de aproveitamento da biomassa.

    Alimentação animal e mecanização

    O projeto também contempla o aproveitamento dos resíduos do processo de produção de etanol. Para o zootecnista Manoel Francisco de Sousa, da Embrapa Algodão, “os resíduos do processo de produção de etanol a partir da A. Tequilana podem atuar como importante aporte forrageiro na alimentação de ruminantes, especialmente na época de escassez de forragens no Semiárido”.

    Um dos desafios técnicos do projeto será viabilizar a mecanização completa do cultivo. No México, mesmo com a mecanização de várias etapas — como o preparo do solo, a adubação, a capina e a aplicação de defensivos —, os agricultores ainda realizam o plantio de forma manual.

    “Nossa visão de futuro é ter grandes áreas cultivadas com Agave. E isso não pode ser feito manualmente”, destaca Odilon Reny Ribeiro, pesquisador especialista em mecanização agrícola da Embrapa Algodão.

    Impacto ambiental e social

    Além dos benefícios econômicos, o projeto apresenta importantes vantagens ambientais. A capacidade da Agave de sequestrar carbono contribui diretamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, alinhando-se aos compromissos brasileiros de sustentabilidade.

    Do ponto de vista social, a iniciativa pode representar uma nova fonte de renda para agricultores do Semiárido, região historicamente marcada por desafios socioeconômicos. O desenvolvimento de uma cadeia produtiva baseada na Agave tequilana tem potencial para gerar empregos e dinamizar a economia regional.

    O projeto representa um exemplo concreto de como a pesquisa científica pode contribuir simultaneamente para a transição energética, a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento social. Especialmente em regiões que enfrentam limitações climáticas para cultivos tradicionais.

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    Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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