Foto: divulgação - Agência Brasil / Revista Nature

Pesquisadores da Uerj e do Museu Nacional da UFRJ identificaram uma nova espécie de peixe pré-histórico na Península Antártica. A revista científica Nature publicou a descoberta foi nesta segunda-feira (11).
O fóssil articulado, chamado Antarctichthys longipectoralis, viveu entre 145 e 66 milhões de anos, no período Cretáceo.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O exemplar é o mais bem preservado encontrado na região. Pesquisadores localizaram o fóssil na Formação Snow Hill Island, durante a expedição Paleoantar, no verão de 2018/2019. A iniciativa reuniu especialistas de diferentes áreas e instituições brasileiras. O estudo começou com a chegada do fóssil ao Brasil e durou cinco anos.

Reconstituição tridimensional

Os cientistas usaram microtomografia para reconstruir o peixe, técnica semelhante à tomografia médica.
Esse método gera imagens internas por raios X sem danificar o fóssil. Em geral, no processo, projeções em alta resolução foram digitalmente integradas, formando “fatias” detalhadas do objeto.

Ao todo, mais de 2 mil tomogramas permitiram modelar o peixe como ele era no Cretáceo. O Antarctichthys media entre 8 e 10 centímetros. Ele tinha cabeça longa, corpo delgado e pequenos espinhos neurais.

Você também pode gostar:
+ Agro em Campo: O panga no Brasil: um peixe de sabor suave e mercado em expansão
+ Agro em Campo: Ave-secretária: a ave de rapina que reina nas planícies da África

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Clima no período Cretáceo

A bióloga Valéria Gallo, professora da Uerj, afirma que a paleontologia ainda explora pouco a Antártica, mas encontra pistas sobre a evolução da vida no hemisfério sul. Ela explica que florestas já cobriram o continente que abrigou rica vida marinha.

Leia Também:

Segundo a pesquisadora, descobertas como essa ajudam a entender como ecossistemas antigos reagiram a mudanças ambientais. Ou seja, a presença do fóssil indica que a Península Antártica tinha clima mais quente e biodiversidade maior no Cretáceo.

Relevância para o presente

A Uerj destaca que a análise de fósseis de fauna e flora ajuda a prever como organismos podem reagir ao aquecimento global. Portanto, esse conhecimento é essencial para desenvolver estratégias de conservação.