Resumo da notícia
- Pesquisadores israelenses germinaram sementes arqueológicas de tamareiras do deserto da Judeia com até 2.400 anos, trazendo à vida plantas que estavam extintas há milênios.
- O projeto, iniciado em 2005, resultou em tamareiras capazes de produzir frutos, com tâmaras descritas como saborosas, semelhantes às antigas descrições romanas.
- As plantas revelam DNA com resistência extrema à seca, oferecendo potencial para o desenvolvimento de cultivos adaptados às mudanças climáticas.
- A iniciativa abre novas possibilidades para a arqueologia botânica e a segurança alimentar, ao redescobrir conhecimentos agrícolas perdidos do passado.
Resumo gerado pela redação.
Em um feito que parece saído de um filme de ficção científica, pesquisadores israelenses conseguiram trazer de volta à vida tamareiras que desapareceram há séculos. A equipe, liderada pelas doutoras Sarah Sallon e Elaine Solowey, germinou com sucesso sementes arqueológicas encontradas no deserto da Judeia, algumas datando da época de Jesus Cristo.
O projeto começou em 2005, quando a primeira semente – carinhosamente apelidada de Matusalém – brotou após dois milênios de dormência. Desde então, outras seis sementes foram germinadas, incluindo tamareiras fêmeas capazes de produzir frutos. O processo exigiu paciência e técnica: as sementes foram cuidadosamente hidratadas, tratadas com hormônios especiais e plantadas em condições controladas que imitavam seu ambiente natural.
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O que torna essa conquista ainda mais extraordinária é que, ao contrário de outros casos de plantas antigas revividas (como as sementes siberianas preservadas no gelo), essas tamareiras sobreviveram graças apenas ao clima árido do deserto. Testes de carbono confirmaram que algumas sementes tinham incríveis 2.400 anos, estabelecendo um novo recorde para a planta mais antiga já regenerada.
Primeiros frutos
Em 2020, o projeto atingiu um marco emocionante quando a tamareira Hannah, polinizada por Matusalém, produziu seus primeiros frutos. Os poucos sortudos que provaram as tâmaras descreveram um sabor único, lembrando mel e caramelo – exatamente como os antigos escritos romanos descreviam as famosas tâmaras da Judeia.
Além do fascínio histórico, a pesquisa tem implicações importantes para o futuro da agricultura. O DNA dessas plantas revela características valiosas, como resistência extrema à seca, que podem ser cruciais em um mundo enfrentando mudanças climáticas. Os cientistas acreditam que estudar essas tamareiras pode levar ao desenvolvimento de cultivos mais resilientes.
“Estamos não apenas revivendo plantas extintas, mas redescobrindo conhecimentos agrícolas perdidos que podem nos ajudar a enfrentar desafios modernos”, explica a Dra. Solowey. O sucesso do projeto já inspira novas pesquisas com sementes antigas de outras regiões, abrindo possibilidades emocionantes para a arqueologia botânica.
Enquanto isso, as tamareiras milenares continuam crescendo no deserto de Arava, testemunhas vivas de um passado distante que agora se entrelaça com nosso futuro. Seus frutos não são apenas uma conexão com a história, mas talvez uma peça importante no quebra-cabeça da segurança alimentar global.
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