Resumo da notícia
- Uma mãe onça-pintada e suas duas filhotes da RPPN Sesc Pantanal estão com nomes sendo escolhidos pelo público, em votação até 29 de setembro nos perfis do Instagram @sesc_pantanal e @sescbrasil.
- A reserva, maior do Brasil, abriga 39 onças-pintadas e utiliza 165 câmeras para monitorar a rotina dos felinos, capturando momentos de amamentação e brincadeiras em ambiente protegido.
- Os nomes disponíveis para a mãe são Boe e Aurora; para as filhotes, Celeste ou Rosa e Flor de Piúva ou Tchuva, todos com significados ligados à cultura local e à natureza do Pantanal.
- Pesquisadores identificam cada onça pelas rosetas únicas em sua pele, usando esse método para acompanhar o comportamento dos animais, reforçando a importância da conservação e pesquisa no bioma.
Uma mãe onça-pintada e suas duas filhotes aguardam nomes escolhidos pelo público brasileiro. A votação acontece nos perfis do Instagram @sesc_pantanal e @sescbrasil e termina nesta segunda-feira, 29 de setembro.
Os três animais vivem na Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil (RPPN) Sesc Pantanal, em Barão de Melgaço (MT). A reserva abriga 39 onças-pintadas identificadas e representa a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, localizada no norte do Pantanal.
Armadilhas fotográficas capturam a rotina dos felinos. A reserva conta com 165 câmeras espalhadas em sua área, que registram momentos de amamentação e brincadeiras entre mãe e filhotes. As imagens mostram a interação dos animais em área protegida pela vegetação.
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Conheça as opções de nomes
A mãe pode receber o nome Boe ou Aurora. Boe faz referência ao povo Boe Bororo. Já Aurora representa o período da manhã em que os pesquisadores avistaram o grupo pela primeira vez.

Uma das filhotes disputará os nomes Celeste e Rosa. Celeste transmite beleza e serenidade. Rosa homenageia Poconé, município conhecido como “Cidade Rosa”, e os ipês-rosas que colorem a região.

A outra pequena onça receberá Flor de Piúva ou Tchuva. Flor de Piúva é o nome popular do ipê-roxo, árvore que alimenta aves locais. Tchuva representa a palavra “chuva” no linguajar poconeano, moldado pelas línguas indígenas.

Rosetas funcionam como impressão digital
Pesquisadores identificam cada onça pelas rosetas. Essas manchas na pele formam padrões únicos, como impressões digitais. Manchas menores no centro das rosetas variam em formato e permitem reconhecer cada indivíduo.
O sistema ajuda a acompanhar movimentação e comportamento dos animais ao longo do tempo.
Conexão com a conservação
Cristina Cuiabália, bióloga e gerente-geral do Sesc Pantanal, destaca a importância da iniciativa. “Convidamos brasileiros de todo o país a participarem do nosso trabalho de conservação. Queremos gerar conexão com esta espécie tão importante e emblemática do bioma”, afirma.
A bióloga reforça o papel da reserva. “Cuidar de uma pequena amostra de um bioma tão fundamental como o Pantanal garante benefícios que ultrapassam o tempo e o espaço. São condições vitais para nossa sobrevivência.”
Cristina também destaca o papel da ciência. “Conhecer toda essa riqueza é o primeiro passo para alcançar resultados efetivos. Pesquisas científicas e educação ambiental são frentes prioritárias do Polo Socioambiental Sesc Pantanal há quase 30 anos.”
Monitoramento contínuo
A pesquisa de grandes felinos monitora os animais de forma contínua. O Polo Socioambiental Sesc Pantanal desenvolve o trabalho em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Grupo de Estudos em Vida Silvestre (GEVS) e Museu Nacional.
Guarda-parques e auxiliares de parque participam da pesquisa. Os pantaneiros nasceram na região e conhecem profundamente os ciclos de seca e cheia, trilhas naturais e sinais da fauna local.
Preservação de espécie vulnerável
O projeto identifica como onças-pintadas usam o espaço e contribui para conservar a espécie, vulnerável à extinção. A onça-pintada ocupa o topo da cadeia alimentar. Sua presença indica o nível de qualidade ambiental da reserva.
Em quase três décadas, o Sesc Pantanal produziu mais de 300 publicações científicas. As pesquisas acontecem na área de 108 mil hectares da reserva.
O local também promove ecoturismo, educação ambiental, restauração florestal, desenvolvimento comunitário e Manejo Integrado do Fogo (MIF).