Produtores de noz pecan enfrentam um ano desafiador, com estimativas de quebra na safra de até 40%, segundo o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan). Após as enchentes de maio, o forte calor e a falta de chuvas no verão agravaram a situação, comprometendo a produção. A expectativa atual é de uma colheita entre 4 e 5 mil toneladas.
Além dos problemas climáticos, o presidente do IBPecan, Claiton Wallauer, alerta para a alta informalidade no setor, que impacta o crescimento devido aos altos custos de revenda da noz. O instituto busca atrair esses produtores para a formalização, promovendo a qualidade do produto e a sanidade.
Uma das estratégias é a criação de um regime tributário diferenciado para a pecan, a exemplo da redução do ICMS para produtores de oliveiras e azeites de oliva. O IBPecan argumenta que esse tratamento tributário incentivaria a formalização e traria mais competitividade ao setor.
Irrigação é urgência
O IBPecan também busca apoio governamental para projetos de irrigação, destacando a dificuldade em enquadrar as características da cultura em modelos existentes. A entidade ressalta a necessidade de ampliar os sistemas de irrigação diante do quarto ano consecutivo de estiagem.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural e Irrigação (Seapi) receberá os temas tributários e de irrigação.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de pecan do Brasil, respondendo por mais de 80% da produção nacional e sediando mais de 90% da indústria de beneficiamento. Estima-se que existam 10,5 mil hectares plantados por mais de 2 mil produtores, a maioria composta por agricultores familiares. Além de abastecer o mercado interno, o excedente é exportado para diversos países.
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