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Pesquisadores avançam na reprodução artificial do pirarucu

Henrique RodartePor Henrique Rodarte05/02/2025
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pirarucu
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A domesticação do pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores desafios da aquicultura brasileira. Pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) conseguiram avançar significativamente nesse processo ao identificar, pela primeira vez, as células espermáticas da espécie e desenvolver métodos para a coleta de sêmen. O estudo, publicado na revista científica Fishes, representa um passo essencial para garantir a oferta de alevinos e atender à crescente demanda por reprodução artificial da espécie.

O estudo faz parte do projeto internacional Aquavitae, um consórcio com 29 instituições de 16 países voltado para o desenvolvimento da aquicultura no Atlântico. “Esse é mais um marco em uma pesquisa que já dura nove anos e agora foca na criopreservacão de material genético para a conservação e reprodução artificial da espécie”, explica Lucas Torati, pesquisador que lidera o estudo.

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Diferentemente de espécies como a tilápia, cuja reprodução em cativeiro está plenamente consolidada, o pirarucu ainda se reproduz, em grande parte, de forma natural. Estima-se que, em um conjunto de 10 a 15 casais em uma propriedade, apenas três ou quatro se reproduzem anualmente.

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Para reverter esse cenário, os cientistas desenvolveram um método de sexagem baseado na canulação, que permite diferenciar machos e fêmeas e verificar a maturidade sexual dos animais. “Com essa técnica, um piscicultor parceiro conseguiu elevar a taxa de reprodução de duas para até sete por ano”, afirma Torati.

Benefícios para a piscicultura

Moisés Zorzeto Neto, dono da Piscicultura Raça, em Canabrava do Norte (MT), adotou a técnica de sexagem. Ele relata um aumento expressivo na produção de alevinos. “Antes, conseguíamos uma ou duas reproduções por casal por ano. Com a nova metodologia, esse número subiu para até sete”, destaca.

pirarucu
Pesquisadores da Embrapa, em Palmas (TO), desenvolveram métodos para identificar o sexo e coletar sêmen do peixe. Foto: Ronaldo Rosa/Embrapa

A falta de tecnologias para a bíopsia ovariana foi outro desafio superado. Para realizar esse procedimento, a equipe adaptou um ureterorrenoscópio, equipamento médico utilizado para remover cálculos renais. “Depois de entender a anatomia do peixe, conseguimos desenvolver uma cânula especial que nos permitiu acessar a cavidade celomática e distinguir machos e fêmeas com uma precisão entre 80% e 100%”, explica Torati.

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O desafio da coleta de sêmen

Outro avanço significativo foi o desenvolvimento de uma técnica para a coleta de sêmen sem contaminação por urina, fator essencial para a viabilidade dos espermatozoides. “Nas primeiras coletas, encontramos problemas de contaminação. Para coletar sêmen de qualquer espécie, é preciso evitar a presença de água ou urina, pois o espermatozoide é ativado ao entrar em contato com esses fluidos”, esclarece Luciana Ganeco-Kirschnik, pesquisadora da Embrapa e participante do projeto.

A partir de testes, a equipe conseguiu descrever a estrutura do espermatozoide do pirarucu, que possui dois flagelos e é rico em mitocôndrias, além de determinar o tempo de motilidade e padronizar a técnica de coleta. “Esse foi o principal resultado do projeto Aquavitae. O próximo passo é acertar o timing da ovulação das fêmeas e viabilizar a fertilização artificial”, destaca Torati.

A próxima etapa da pesquisa será a criopreservacão do sêmen do pirarucu, processo semelhante ao aplicado em outras espécies comerciais. “Com a criação de um banco genético, poderemos armazenar amostras de sêmen de exemplares selecionados para otimizar a reprodução da espécie. E reduzir a dependência da reprodução natural”, explica Ganeco-Kirschnik.

O consórcio Aquavitae

O projeto Aquavitae, orçado em oito milhões de euros, integra instituições da Europa, África e América para fortalecer a aquicultura global. “Esse consórcio é resultado de uma década de articulações entre o governo brasileiro e a Comunidade Europeia. Culminando no acordo Belém Statement”, afirma Eric Arthur Routledge, da Gerência Geral de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa.

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No Brasil, o projeto contou com a participação de sete empresas do setor produtivo, como a Primar Aquacultura e a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR). “A proximidade entre pesquisadores e produtores garantiu que as soluções fossem aplicáveis à realidade do setor”, finaliza Torati.

Com esses avanços, a reprodução artificial do pirarucu se torna cada vez mais uma realidade. Trazendo benefícios tanto para a conservação da espécie quanto para a sustentabilidade da piscicultura brasileira.

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