Durante entrevista concedida ao portal Agro em Campo, o secretário Executivo de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Alberto Amorim, reforçou o protagonismo do Brasil na produção e exportação de café. A declaração foi feita durante a cobertura especial do 10º Coffee Dinner & Summit, em Campinas (SP), nesta quarta-feira (02).
“O café no Brasil nunca deixou de ser importante. O Brasil nunca deixou, nos últimos 100 anos, de ser o maior exportador de café. Só que hoje o Brasil é o melhor exportador de café”, afirmou o secretário.
Em sua fala, Amorim destaca a transformação do país de um produtor do grão tradicional para um protagonista na produção de cafés especiais e de alta qualidade. Segundo ele, o café brasileiro passou por uma revolução nas últimas décadas, deixando para trás a imagem do “café bica corrida” e ganhando espaço como bebida sofisticada e gourmet. Como exemplo claro e objetivo, estão as nuances do vinho, que pode ser degustado de diversas maneiras.
Ao longo da entrevista, Alberto Amorim também destacou a relevância do evento promovido pelo Cecafé para o Brasil. Para ele, atingir o grau de excelência atual no setor foi possível graças a convenções do tipo.
“É muito importante. A gente precisa transcender o cenário que conhece muito café, que é produtor e exportador de café. A gente precisa chegar no coração do consumidor, daquele que precisa do café para acordar e daquele que não dorme sem café. Nós precisamos entender o que os nossos clientes precisam. E juntando todo mundo aqui, a gente discute isso”, comentou.
Na avaliação do secretário, a troca de experiências entre especialistas, empresários e pesquisadores contribui diretamente para o avanço da cafeicultura no Brasil.
“Em suma, a gente consegue fazer uma pesquisa de alta qualidade, com todo mundo e todo mundo colabora. E é nessa colaboração, nesse cooperativismo do melhor momento e melhores conhecimentos, que a gente vai atingindo cada vez mais excelência”.
Investimento em inteligência e produtividade
Amorim também abordou os investimentos do Governo de São Paulo na cafeicultura, que segundo ele, estão cada vez mais focados em inteligência, pesquisa e inovação, especialmente em um cenário de limitação orçamentária.
“Tanto na pesquisa quanto no desenvolvimento de novas infraestruturas, nós não temos o numerário suficiente. Mas nós temos inteligência e criatividade. Foi aí que criamos uma forma de fazer parceria com iniciativas privadas”, explicou.
Segundo o secretário, o foco é produzir melhor e não em maior escala territorial, com investimentos em pesquisa e desenvolvimento que contribuem na geração de mais mais recursos e produtividade.
“Produtividade e não mais produção. A gente quer produzir melhor e mais na mesma área. A gente não está cortando nenhuma árvore, mas a gente quadruplicou a produtividade. E isso é o que interessa”.
Tecnologia tropical e liderança global
Durante a entrevista, Amorim também ressaltou a liderança brasileira em tecnologias voltadas ao clima tropical e a busca internacional por conhecimento técnico nacional.
“A gente está bem à frente da grande parte do mundo. Se a gente olhar para o mundo tropical, ele é um mundo muito dinâmico. Nós, no mundo tropical, temos a melhor tecnologia e os melhores conhecimentos. Por isso somos procurados por universidades de fora do Brasil para trocar conhecimento.”
Ele lembrou que o país é referência em modelos como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e no avanço da cafeicultura regenerativa, práticas que conciliam produção agrícola com preservação ambiental.
“A gente é líder porque isso dá mais dinheiro, reduz custo e aumenta a produtividade em grana por hectare, que é o que sustenta o produtor”, concluiu.