O uso excessivo do herbicida 2.4-D, um defensivo agrícola amplamente empregado em diversas culturas, tem gerado crescente preocupação no setor olivicultor. O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) tem monitorado a situação, alertando para os prejuízos visíveis nas lavouras impactadas pelo uso indiscriminado desse produto.
O presidente do instituto, Renato Fernandes enfatiza que o eles tem acompanhado de perto as fiscalizações realizadas pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), mas ressalta que o momento exige uma ação mais assertiva.
“Nós estamos enfrentando problemas sérios em relação à fruticultura em geral, principalmente na Metade Sul, onde o plantio de monoculturas extensivas têm se utilizado desse defensivo de uma forma indistinta, sem controle. Isso tem nos preocupado”, afirma Fernandes.
Impactos visíveis no Bioma Pampa
De acordo com o Ibraoliva, os impactos do uso indiscriminado do herbicida são visíveis a olho nu. Árvores como os cinamomos, às margens da BR-290, apresentam folhas amareladas e ausência de frutificação. Além disso, a mata ciliar em áreas com cursos d’água também demonstra sinais de deterioração, com árvores secas ao longo da vegetação.
Fernandes também destaca os efeitos negativos no Bioma Pampa, onde diversas frutas silvestres, como a pitanga, não prosperaram este ano. Relatos comprovados também apontam para prejuízos nas culturas de uva e oliveiras, representando um impacto significativo para a sociedade.
Busca de soluções e ações
O instituto tem buscado soluções por meio de diversas iniciativas. Uma delas é a Carta de Jaguari, que reuniu entidades para discutir os problemas decorrentes do uso do herbicida. O instituto também está em contato com a Assembleia Legislativa para tratar o assunto em uma comissão, preferencialmente a de Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente.
Além disso, a entidade planeja discutir o problema com a Farsul. E também acompanhar o posicionamento do Ministério Público, onde já tramita uma ação sobre o tema. O objetivo é cobrar resoluções rápidas e efetivas para mitigar os prejuízos causados à economia e à saúde humana.
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