A vitela, uma das carnes mais refinadas e apreciadas no mundo, está conquistando um nicho especial na gastronomia brasileira. A carne de vitela vem de bezerros jovens de raças leiteiras, como Holandesa e Jersey, abatidos entre 16 e 20 semanas de idade. Esse processo resulta em uma textura macia e um sabor delicado. Normas específicas regulam a produção para garantir tanto a qualidade do produto final quanto o bem-estar animal, embora ainda existam debates sobre práticas controversas.
Os criadores mantêm os bezerros em condições específicas para assegurar a qualidade distintiva da carne. O peso ideal para o abate varia entre 150 e 200 kg, dependendo do sistema de produção adotado.
A dieta controlada, rica em leite ou substitutos lácteos, contribui para a baixa concentração de mioglobina no músculo, resultando em uma carne de coloração rosa-pálida a levemente avermelhada. Essa tonalidade mais clara, aliada à textura macia, torna a vitela uma escolha popular em restaurantes de alta gastronomia.
Características marcantes
A vitela é reconhecida por sua textura macia e tenra, graças à estrutura muscular ainda em desenvolvimento dos animais jovens. Isso resulta em fibras musculares finas e pouco tecido conjuntivo, tornando-a uma carne que praticamente derrete na boca.
O paladar é caracterizado por um sabor suave e delicado, menos intenso que o da carne bovina madura, o que a torna versátil na culinária, permitindo que se harmonize bem com diversos acompanhamentos e molhos.
Além de suas qualidades sensoriais, a vitela oferece um perfil nutricional interessante. É uma excelente fonte de proteínas de alta qualidade, vitaminas do complexo B (especialmente B12) e minerais, como ferro, zinco e selênio. Comparada à carne bovina tradicional, a vitela tende a ser mais magra, com menor teor de gordura saturada, o que a torna uma opção saudável para consumidores que buscam alternativas mais leves.
Desafios e mercado
No entanto, a produção de vitela enfrenta críticas devido às condições de criação dos bezerros. Muitos são separados de suas mães logo após o nascimento e mantidos em espaços confinados, o que pode gerar sofrimento animal.
Além disso, a alimentação controlada, que inclui a limitação do ferro para manter a carne branca, é um método questionado por ativistas dos direitos dos animais. Embora o Brasil não tenha leis específicas para proibir essas práticas, a conscientização sobre o bem-estar animal está aumentando, influenciando as escolhas dos consumidores.
Apesar das controvérsias, o mercado de vitela no Brasil está crescendo, impulsionado pela demanda por carnes especiais e sofisticadas. Restaurantes de alta gastronomia consomem principalmente essa carne, valorizada por sua exclusividade e sabor único. Portanto, com a tendência de urbanização e melhor distribuição de renda, espera-se que a produção de vitela continue a se expandir, tanto para atender ao mercado interno quanto ao externo.

Em resumo, a vitela é uma carne que combina refinamento com controvérsias. Enquanto sua maciez e sabor a tornam uma delícia para os paladares mais exigentes, as condições de produção levantam questões éticas importantes. Conhecer esses aspectos é fundamental para que os consumidores possam fazer escolhas informadas e contribuir para um mercado mais consciente e sustentável.
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