Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, um momento raro foi capturado no Bioparque Pantanal: uma píton albina bebendo água. A cena, que chamou atenção nas redes sociais, mostra Capitu, uma serpente de mais de 2,5 metros, tranquilamente se hidratando.
“As serpentes têm esse hábito de tomar bastante água, ao contrário do que muitas pessoas acreditam. E a ingestão de água vai ser maior após a alimentação. Então, no mesmo dia ou um dia após elas receberem as presas, elas vão tomar ainda mais água”, afirmou Carla Kovalski, Bióloga chefe do Bioparque Pantanal.
Por que é raro ver cobras bebendo água?
As serpentes são animais discretos, especialmente as noturnas, o que torna difícil flagrá-las bebendo água. Além disso, quando detectam a presença de humanos, elas tendem a ficar imóveis ou fugir, interrompendo o comportamento de beber água. Portanto, é crucial se aproximar desses animais com cuidado para não perturbar seu comportamento natural.
“Ali no recinto, colocamos duas opções de fonte de água: uma, que é um cocho, onde ela pode tomar banho e também se hidratar; e também um recipiente menor. Nós observamos, enquanto ela estava em quarentena, que a preferência dela é por recipientes menores. Por isso, ela tem duas fontes de água”, explicou Carla Kovalski.
Ver essa foto no Instagram
Como as cobras bebem água?
As cobras não usam suas línguas para beber água, pois essas são utilizadas principalmente para capturar odores no ambiente. Em vez disso, elas posicionam suas bocas na água e, em algumas espécies, criam um vácuo por meio das narinas para puxar o líquido para dentro. Além disso, outras espécies usam estruturas semelhantes a esponjinhas na parte inferior das mandíbulas para absorver a água.
Embora as serpentes possam obter água das suas presas, é importante que elas bebam água para manterem-se saudáveis e desempenharem suas funções biológicas. Isso ajuda a manter o equilíbrio do ecossistema, controlando populações de outras espécies.
O Bioparque Pantanal e a Conscientização Ambiental
A Polícia Militar Ambiental (PMA) resgatou Capitu em 2023 de um circo no município de Amambai (MS), onde a usavam como atração. Como ela perdeu suas defesas naturais, não pôde ser devolvida ao habitat selvagem e foi encaminhada ao Bioparque Pantanal em 2024. Hoje, a serpente desempenha um papel importante na educação ambiental do local, como explica a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.
“O Bioparque desempenha um papel primordial na Educação Ambiental e na conservação da biodiversidade, alinhando-se ao conceito moderno de aquários e zoológicos”, frisa a diretora. Ainda segundo ela, “as serpentes despertam grande curiosidade na população e têm um papel fundamental na ciência, na preservação do meio ambiente e no controle populacional de outras espécies”.
O Bioparque Pantanal, onde Capitu reside, é um local de grande importância para a educação ambiental. A entrada é gratuita, mas exige agendamento prévio.
Em resumo, o momento raro de Capitu bebendo água no Bioparque Pantanal não apenas fascina os visitantes, mas também destaca a importância da hidratação para esses animais e a conscientização ambiental promovida pelo parque.

Leia mais:
+ Agro em Campo: Onça-pintada ataca capivaras dentro de pousada no Pantanal