Na noite deste sábado, dia 15, um fenômeno encantou os moradores do interior paulista. Uma tempestade de raios dentro das nuvens, conhecida como descarga intranuvem, foi avistada em várias cidades da região de São Carlos e Araraquara.
Vários moradores registraram as imagens, que durou mais de 1 hora e encantou quem assistia.
O espetáculo não foi acompanhado de trovões, como se espera ao ver um relâmpago. Isso pode ocorrer em tempestades intranuvem, onde as descargas elétricas acontecem dentro das próprias nuvens. Nesses casos, a distância entre o observador e a descarga elétrica pode ser tão grande que o som do trovão não chega aos ouvidos.
O trovão é o som gerado pela expansão violenta do ar ao longo do caminho percorrido pela descarga elétrica. Além disso, em tempestades secas, onde a precipitação evapora antes de atingir o solo, os relâmpagos podem ocorrer sem a presença de trovões audíveis.
Muitos vídeos e fotos foram compartilhados nas redes sociais, e alguns ilustram essa matéria.
Entendendo as descargas elétricas intranuvem
As tempestades de raios são fenômenos atmosféricos intensos, marcados por descargas elétricas, ventos fortes e chuvas intensas. No entanto, quando os raios ocorrem apenas dentro das nuvens, sem atingir o solo, recebem o nome de descargas intranuvem. Essas descargas são comuns em tempestades convectivas, onde as nuvens cúmulo-nimbos se desenvolvem verticalmente, podendo alcançar alturas de até 18 km.
Os raios intranuvem ocorrem quando há uma separação de cargas elétricas dentro da própria nuvem. A base da nuvem geralmente acumula cargas negativas, enquanto o topo acumula cargas positivas. Quando a diferença de potencial entre essas cargas se torna muito grande, o ar entre elas é ionizado, permitindo a passagem de uma descarga elétrica intensa.
Características das descargas intranuvem
Essas descargas são frequentes em tempestades convectivas, onde o movimento intenso de massas de ar dentro das nuvens gera atrito entre moléculas de água e gelo, separando as cargas elétricas. Embora os raios intranuvem não atinjam o solo, eles são importantes para entender a dinâmica das tempestades e podem ser indicativos de uma tempestade intensa.
CHUVA DE RAIOS em Araraquara, interior de SP.
Um raio atrás de outro há mais de 20 minutos.
Nunca havia presenciado um fenômeno como esse. É assustador! pic.twitter.com/UQDyj7JX55— Rede Marco (@rede_marco) March 16, 2025
As descargas intranuvem são mais frequentes do que as descargas nuvem-solo e desempenham um papel crucial na distribuição de cargas elétricas dentro das nuvens. Elas também podem influenciar a formação de outros fenômenos meteorológicos, como trovões e relâmpagos, que são visíveis mesmo quando os raios não atingem o solo.
O Brasil é um dos países mais atingidos por raios no mundo, devido à sua localização na zona tropical e à grande extensão territorial. A região amazônica é particularmente propensa a tempestades intensas, com milhões de raios ocorrendo anualmente.
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