O pastoreio de patos é uma prática secular que ganha destaque global como modelo de agricultura sustentável. Originária da China e do Japão, a técnica utiliza as aves como aliadas naturais no controle de pragas em plantações de arroz, reduzindo a dependência de pesticidas químicos e fortalecendo a saúde do solo.
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Os patos são soltos nos campos de arroz após o plantio, onde desempenham três funções essenciais:
- Controle biológico: consomem larvas, caramujos e insetos prejudiciais às plantações, sem danificar os grãos de arroz devido à sua dieta específica.
- Aeração do solo: ao caminharem pela lama, revolvem e oxigenam a água, facilitando o crescimento das raízes.
- Fertilização natural: seus excrementos enriquecem o solo com nutrientes, substituindo adubos artificiais.

Pastores especializados conduzem os bandos para diferentes parcelas do arrozal, garantindo cobertura uniforme, e recolhem as aves ao final do dia em galpões protegidos contra predadores.
Expansão global e inovações
A técnica, conhecida como “ped lai thoong” na Tailândia, já mobiliza milhares de patos – como os 10 mil da raça Khaki Campbell usados em Nakhon Pathom para combater caramujos após a colheita. No Japão, a tradição ganhou um upgrade tecnológico com o desenvolvimento de patos robôs que auxiliam na colheita, misturando inovação e práticas ancestrais.

Agricultores relatam redução de custos com insumos químicos e alimentação das aves, já que os patos se nutrem das pragas dos campos. Estima-se que o método permita até três safras anuais em algumas regiões da Tailândia, com impacto positivo na produtividade.
Para especialistas, a prática reforça a importância da harmonia entre agricultura e ecossistemas, oferecendo um modelo replicável em áreas que buscam diminuir a pegada ambiental.
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