O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou a suspensão das atividades da Nuttrata Animal, fabricante de rações com sede em Itumbiara, Goiás, após a morte de 63 cavalos em diferentes regiões do Brasil. A medida cautelar foi tomada após a identificação de “indícios da presença de contaminantes que podem ser prejudiciais à saúde animal” na ração Forrage Horse, produzida pela empresa.
A decisão do Mapa, publicada na última quinta-feira (5), ocorre após a proibição da venda e recolhimento da ração Forrage Horse. Dos casos investigados, 29 mortes de cavalos foram registradas em Indaiatuba, interior de São Paulo.
Em um haras de Indaiatuba, nove cavalos morreram, apresentando sintomas como letargia e alterações hepáticas. A Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Indaiatuba, no entanto, não encontrou irregularidades no local, mas um laudo preliminar apontou infecção causada por bactéria em uma das éguas. Tratadores do haras informaram que os animais consumiam a mesma ração há cinco anos.
Investigação
O Mapa informou que conduz as investigações e reforçou a orientação para que ninguém ofereça a ração em questão a equinos ou outros animais.
O advogado da Nuttrata Animal, Diêgo Vilela, afirmou que a empresa considera a medida “gravosa e desproporcional”. Vilela ressaltou que “não há nenhum elemento técnico que estabeleça nexo entre o consumo da ração e a mortalidade dos equinos”. Segundo o advogado, a empresa já havia suspendido a comercialização e a fabricação da ração para investigar as causas e contratou laboratórios para realizar testes. Ele também não descartou a possibilidade de a contaminação ter ocorrido fora da fábrica.
A Nuttrata Animal aguarda os resultados das análises laboratoriais para identificar a causa da suposta contaminação. A empresa se solidarizou com as perdas, mas alegou que não pode assumir responsabilidade, já que não há elementos técnicos que comprovem a relação entre o consumo da ração e a morte dos animais.
A proibição de venda da ração Forrage Horse abrange todas as embalagens fabricadas a partir de 8 de março de 2025. O Mapa determinou a apreensão dos produtos encontrados em fiscalizações.
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