O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou duas operações simultâneas no Ceará. Elas resultaram na apreensão de 12,5 toneladas de pescado irregular de espécies ameaçadas de extinção. As ações ocorreram no município de Acaraú e no Aeroporto Internacional de Fortaleza, como parte da Operação Lusca, voltada ao combate da pesca ilegal e à proteção da biodiversidade marinha.
Fiscais apreenderam 11.912,67 kg de pargo (Lutjanus purpureus) em Acaraú, no litoral do Ceará. A espécie enfrenta risco de extinção e está sob regras específicas dos planos de recuperação. A carga também incluía exemplares de ariacó (Lutjanus synagris) e pargo-piranga (Rhomboplites aurorubens), peixes que vivem nos mesmos recifes e costumam ser capturados juntos. A apreensão envolveu uma disputa judicial entre o Ibama e o infrator.
No Aeroporto de Fortaleza, a fiscalização interceptou 637,77 kg de sirigado (Mycteroperca bonaci) in natura. A carga seguiria para os Estados Unidos de forma ilegal, sem a documentação exigida para comprovar sua origem legal e ambientalmente regular.

Todo o pescado irregular foi doado a instituições sociais e militares cadastradas no Ibama. Entre eles o Programa Mesa Brasil, o Lar Amigos de Jesus e a Capitania dos Portos do Ceará (Marinha do Brasil). Essa medida visa evitar o desperdício e beneficiar populações em situação de vulnerabilidade.
Espécies ameaçadas e fiscalização rigorosa
Tanto o pargo quanto o sirigado estão listados como espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Os pescadores só podem capturar essas espécies seguindo as regras definidas pelos planos de recuperação, que impõem restrições rigorosas para garantir a sustentabilidade das populações marinhas. A pesca irregular configura crime ambiental, sujeito a sanções administrativas e penais.

O Ibama reforça a importância do cumprimento da legislação pesqueira e ambiental. E mantém atuação firme para coibir a exploração ilegal da biodiversidade marinha brasileira, protegendo os estoques pesqueiros e o equilíbrio dos ecossistemas.
Esta ação integra o esforço contínuo do Ibama para combater a pesca predatória no Ceará, região que tem registrado apreensões significativas de pescado irregular em operações recentes, contribuindo para a conservação das espécies e o desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro local.
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