Setor cresce 5,5% em 2024 com 102 novas cervejarias e exportações recordes de US$ 204 milhões
copos de cerveja brindando
Foto: Wenderson Araujo/Trilux/Sistema CNA Senar

O setor cervejeiro brasileiro alcançou um marco histórico em 2024, consolidando-se como uma das principais forças econômicas do país. Segundo o Anuário da Cerveja 2025, lançado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em parceria com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), o Brasil possui atualmente 43.176 cervejas registradas e impressionantes 55.015 marcas oficializadas.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O número de cervejarias registradas no país atingiu 1.949 estabelecimentos em 2024, representando um crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior. Este avanço foi impulsionado pela entrada de 102 novos estabelecimentos no mercado, marcando o 9º maior crescimento da série histórica do setor.

“É uma alegria celebrar o setor cervejeiro, uma das grandes paixões nacionais. A cerveja é símbolo de comemoração, mas também representa trabalho, dedicação, qualidade e prosperidade”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante o lançamento do anuário.

São Paulo lidera, Santa Catarina acelera

São Paulo mantém sua posição de liderança absoluta no cenário nacional, concentrando 12.803 cervejas registradas e 427 cervejarias ativas. O estado paulista também apresenta a maior média de produtos por estabelecimento: impressionantes 30 registros por cervejaria, bem acima da média nacional de 22,2.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Você também pode gostar:

+ Agro em Campo: Lúpulo de São Paulo cresce 203% e conquista cervejarias artesanais do Brasil
+ Agro em Campo: Café – setor espera reversão da tarifa nos EUA

Contudo, Santa Catarina se destacou como o estado de maior crescimento proporcional, registrando 25 novas cervejarias em 2024 – um salto de 11,1% que demonstra o aquecimento do mercado regional.

Revolução das cervejas sem álcool

Uma das tendências mais marcantes do setor foi o crescimento explosivo das cervejas sem álcool ou desalcoolizadas. Este segmento registrou um crescimento impressionante de 536,9% em 2024, passando a representar 4,9% de toda a produção nacional.

Foto: Wenderson Araujo/Trilux/Sistema CNA Senar

Esta expansão reflete uma mudança no comportamento do consumidor brasileiro, que busca cada vez mais opções de consumo equilibrado e consciente, alinhando-se às tendências globais de bem-estar e saúde.

Brasil conquista mercados internacionais

As exportações brasileiras de cerveja bateram recordes em 2024, atingindo 332,5 milhões de litros exportados – um crescimento robusto de 43,4% comparado ao ano anterior. O faturamento com vendas externas alcançou US$ 204 milhões, representando um aumento de 31,1% e estabelecendo o maior valor já registrado no período de estudo.

O Paraguai consolidou-se como principal parceiro comercial, absorvendo 66,5% do volume exportado pelo Brasil. A América do Sul como um todo concentra 97,7% das exportações brasileiras de cerveja, confirmando a região como mercado estratégico para o produto nacional.

O volume total de produção declarado ao Mapa em 2024 foi de 15,34 bilhões de litros. Deste montante, 24,7% correspondem a cervejas puro malte ou 100% malte, produzidas sem adjuntos cervejeiros como trigo, centeio, aveia ou milho.

O estilo Lager Leve Clara domina o mercado nacional, representando 58,3% da produção total com 8,95 bilhões de litros. Em seguida, aparecem os estilos Pilsener (32,4%) e outras Lagers (8,5%), que juntos somam 99,2% da produção brasileira.

Capilaridade nacional

Atualmente, 790 municípios brasileiros possuem pelo menos uma cervejaria registrada, demonstrando a capilaridade do setor pelo território nacional. O Rio Grande do Sul apresenta a melhor relação cervejarias por habitante, com um estabelecimento para cada 32.177 habitantes, superando a média nacional de uma cervejaria para cada 109.073 habitantes.

“Isso é resultado de uma estrutura sólida e de investimentos contínuos na produção e nas pessoas que fazem essa vasta cadeia acontecer, do campo ao copo. Cerveja é agro, emprego, renda, diversidade, cultura e gastronomia. Cerveja é Brasil”, enfatizou Márcio Maciel, presidente-executivo do Sindicerv.

Os dados do Anuário da Cerveja 2025 evidenciam não apenas o crescimento quantitativo do setor, mas também sua evolução qualitativa, com diversificação de produtos, conquista de novos mercados e adaptação às tendências de consumo contemporâneas, posicionando o Brasil como uma potência cervejeira de relevância global.

Leia mais:
+ Agro em Campo: “Tâmaras bíblicas” voltam à vida em laboratório

+ Agro em Campo: Déficit de armazenagem ameaça produção de grãos no Brasil, aponta estudo