Resumo da notícia
- O fotógrafo André Novales registrou um confronto inédito de quase três horas entre uma onça-pintada e um grupo de ariranhas no Canal do Caxiri, Pantanal, destacando a defesa coordenada e agressiva das ariranhas.
- As ariranhas, conhecidas como "onças do rio", usaram estratégias coletivas para repelir a onça, atacando repetidamente e mantendo posição estratégica dentro da toca durante a intensa batalha territorial.
- A onça-pintada, maior felino das Américas, tentou invadir o território aquático, mas foi forçada a recuar após a resistência organizada do grupo de ariranhas, que demonstraram força e coragem comparáveis ao felino.
- André Novales, fotógrafo guatemalteco especializado em vida selvagem, considera o registro raro, cru e inesquecível, evidenciando comportamentos selvagens pouco documentados no Pantanal.
O fotógrafo de natureza André Novales presenciou e registrou um confronto inédito entre uma onça-pintada e um grupo de ariranhas no Canal do Caxiri, no Pantanal. A batalha territorial durou quase três horas e rendeu imagens históricas do comportamento selvagem.
“Um confronto intenso como eu nunca tinha visto antes”, relata Novales sobre o episódio ocorrido durante a madrugada.
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O fotógrafo guatemalteco navegava pelo canal quando se deparou com uma onça-pintada posicionada na entrada de uma toca de ariranhas. O felino tentava invadir o território aquático das “onças do rio”, como são conhecidas as ariranhas na região.
Ariranhas defendem casa com estratégia militar
As ariranhas organizaram uma defesa coordenada que impressionou o fotógrafo. Por mais de uma hora, o grupo atacou a onça repetidamente e forçou o felino a recuar para a margem do rio.
“Todas as vezes que o felino procurava uma brecha, as ariranhas contra-atacavam sem medo”, descreve Novales.
Durante a batalha, as ariranhas aproveitaram um momento de distração da onça para escorregar para dentro da toca. Dali, mantiveram posição estratégica e continuaram a defesa.
A onça-pintada não desistiu facilmente. O predador terrestre tentou cavar por cima da toca, determinado a entrar no território aquático. A tensão permaneceu alta até que o felino finalmente abandonou o local.
Encontro raro entre gigantes do Pantanal
A onça-pintada domina o território terrestre como maior felino das Américas. Sua mandíbula poderosa perfura o crânio de presas como jacarés, capivaras e antas. Já a ariranha controla os rios e corixos em grupos familiares de até 20 indivíduos.
Quando esses predadores se encontram, a interação geralmente acontece com respeito mútuo. A onça pode atacar uma ariranha isolada, mas grupos organizados cercam e afugentam até o maior felino do continente.
“Momentos como esse são raros. Crus, imprevisíveis e inesquecíveis”, finaliza o fotógrafo sobre o registro único.
Por que ariranha é chamada de “onça do rio”
O apelido popular surge de características comportamentais similares à onça-pintada. A ariranha demonstra força e agressividade comparáveis ao felino terrestre. Sua territorialidade extrema faz com que defenda ferozmente o espaço aquático.
A espécie atua como predadora topo de cadeia nos rios. Alimenta-se de grandes peixes, piranhas e até filhotes de jacaré. Seu comportamento destemido não hesita em enfrentar ameaças maiores.
Ribeirinhos, pescadores e biólogos reconhecem essa combinação de poder, inteligência social e coragem. Por isso consagraram o apelido que equipara a ariranha à onça em ambiente aquático.
Quem é André Novales
André Novales é fotógrafo de natureza guatemalteco especializado em vida selvagem. Dedica sua carreira a documentar comportamentos raros de animais em seus habitats naturais.

O profissional desenvolve trabalhos fotográficos em diversos biomas latino-americanos. Suas expedições resultam em registros únicos da fauna regional, contribuindo para pesquisas científicas e conservação ambiental.
Novales utiliza técnicas de fotografia de natureza que respeitam o bem-estar animal. Seus registros capturam momentos autênticos sem interferir nos comportamentos naturais das espécies fotografadas.
“Para mim, a fotografia não é apenas sobre a imagem. É uma forma de conectar as pessoas com a natureza, criar conscientização e apoiar a conservação. Lidero expedições fotográficas ao redor do mundo. Essas viagens me permitem compartilhar a experiência em campo com aqueles que desejam ver e fotografar a vida selvagem em seu habitat natural”