Resumo da notícia
- O greening atinge 47,6% das laranjeiras no cinturão citrícola de SP e MG, alertando para a necessidade urgente de gestão eficaz na saúde dos pomares, segundo a Fundecitrus.
- A doença compromete a competitividade internacional do Brasil, maior produtor e exportador global de suco de laranja, afetando a cadeia de alimentos e bebidas.
- O colapso da produção citrícola na Flórida, com safra prevista de 12 milhões de caixas em 2024/25, contrasta com mais de 300 milhões de caixas projetadas no Brasil, reforçando a urgência de ação.
- Produtores investem em monitoramento, controle do psilídeo e inovação sustentável, mas especialistas alertam que a migração para novas regiões não substitui o manejo integrado do HLB.
O greening (HLB – Huanglongbing) já atinge 47,6% das laranjeiras no cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais. O dado, divulgado pela Fundecitrus, reforça o alerta sobre a saúde dos pomares e a necessidade urgente de gestão eficaz.
Esta doença é a maior ameaça à citricultura mundial. No Brasil, o maior produtor e exportador global de suco de laranja, a doença vai além do campo. Ela impacta diretamente a competitividade internacional e a segurança da cadeia de alimentos e bebidas.
O caso dos Estados Unidos serve de exemplo preocupante. Na Flórida, o avanço do greening provocou o colapso da produção citrícola. Estima-se que a safra 2024/25 tenha apenas 12 milhões de caixas, segundo o USDA. Já o Brasil projeta mais de 300 milhões de caixas, conforme a Fundecitrus. O contraste evidencia a urgência de ações intensas.
- Como o mercado chinês está transformando a pecuária brasileira
- Produção de ovos no Brasil atinge recorde histórico
Produtores e indústrias brasileiras investem em monitoramento constante, controle do psilídeo-dos-citros e no desenvolvimento de soluções que unem produtividade e sustentabilidade.
A doença também tem estimulado a migração de pomares para novas regiões, como Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Distrito Federal, formando o Cinturão Citrícola Expandido. Embora essa estratégia diminua a pressão da praga, especialistas alertam que a mudança não substitui o manejo integrado.
Francisco de Carvalho, gerente comercial da Hydroplan-EB, destaca: “Mudar de região não substitui o manejo integrado do HLB. É preciso vigilância contínua para garantir a sustentabilidade do setor”.
A citricultura brasileira, responsável por mais de 70% das exportações mundiais de suco de laranja, enfrenta um momento decisivo. Para garantir oferta e qualidade, o setor precisa combinar inovação tecnológica, práticas regenerativas e trabalho conjunto entre produtores, governo e indústria. Só assim evitará repetir o cenário negativo da Flórida.