Dia Mundial do Casuar destaca espécie rara que parece dinossauro e pode ser letal. Conheça Nino e Nina, que vivem no Zoo de SP
Foto: Leandro Amaral/Zoológico de São Paulo

Imagine uma ave de 1,70 metro de altura, pesando mais de 60 quilos, com garras afiadas de até 12 centímetros e aparência que lembra um dinossauro. Essa criatura impressionante existe e vive bem aqui em São Paulo: é o casuar-do-sul, considerado por especialistas como a ave mais perigosa do mundo.

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Créditos: Zoológico de São Paulo

No Zoológico de São Paulo, dois exemplares dessa espécie rara chamam atenção dos visitantes. Nino, de mais de 30 anos, e Nina, com cerca de 20 anos, são os únicos casuares em exibição no Brasil, oferecendo uma oportunidade única para conhecer de perto essa ave extraordinária.

Por que o casuar é considerado tão perigoso?

A resposta está em suas características físicas impressionantes. Com unhas que funcionam como verdadeiras facas, o casuar-do-sul (Casuarius casuarius) pode causar ferimentos graves com um único chute. Originário da Nova Guiné, Indonésia e norte da Austrália, essa ave possui força suficiente para ser letal quando se sente ameaçada.

“O casuar é uma ave solitária, muito territorialista, porém, os cuidados com esse animal é tranquilo”, explica Fernanda Vaz Guida, bióloga e chefe do setor de aves do Zoológico de São Paulo. Apesar da reputação intimidadora, ataques são raros e geralmente ocorrem apenas quando o animal se sente encurralado.

Mais do que aparência: o casuar é fundamental para a natureza

Por trás da aparência ameaçadora, esconde-se um dos mais importantes dispersores de sementes das florestas tropicais. O casuar-do-sul consome frutas diversas. E seu longo trato digestivo permite que sementes sejam transportadas por longas distâncias antes da germinação.

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Foto: Zoológico de São Paulo

“No zoológico, os casuares vivem em habitats com vegetação densa e estrutura adequada para que possam expressar seus comportamentos naturais. Nosso objetivo é ampliar a compreensão do público sobre o valor ecológico da espécie”, afirma Guida.

Conheça os moradores ilustres: Nino e Nina

Os dois casuares do Zoo de São Paulo vivem separados, respeitando sua natureza solitária e territorial. Nino chegou ao zoológico em 1995, ainda jovem, vindo de uma instituição do interior paulista. Nina foi acolhida em 2006, com aproximadamente dois anos de idade.

Ambos recebem cuidados especializados em ambientes enriquecidos que simulam seu habitat natural, permitindo que expressem comportamentos típicos da espécie.

O casuar-do-sul pertence ao grupo das ratitas, aves corredoras que não voam, como avestruzes e emus. Sua característica mais marcante é a carúncula, uma estrutura óssea no topo da cabeça que funciona como um capacete natural, ajudando a ave a se mover pela vegetação densa.

Uma particularidade única da espécie é o comportamento parental: diferente da maioria das aves, é o macho quem incuba os ovos e cuida dos filhotes nas primeiras semanas de vida.

Dia Mundial do Casuar: conservação em foco

O dia 26 de setembro marca o Dia Mundial do Casuar, data criada para conscientizar sobre a importância da conservação desta espécie. Embora atualmente classificada como “pouco preocupante” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a destruição do habitat, fragmentação florestal e atropelamentos em áreas urbanas representam ameaças crescentes.

Visite o Zoo de São Paulo e conheça os casuares

O Zoológico de São Paulo funciona de segunda a sexta-feira das 9h às 16h (visitação até 17h) e aos finais de semana e feriados das 9h às 17h (visitação até 18h).

Funcionamento Zoo e Jd. Botânico: de segunda a sexta-feira das  09h às 16h (visitação até 17h) e  sábados, domingos e feriados das  09h às 17h (visitação até 18h).
Simba Safari: de segunda a sexta-feira das  09h às 17h (visitação até 18h) e  sábados, domingos e feriados das  08h às 17h (visitação até 18h).
Entrada pelo Zoo: de segunda a sexta-feira das  09h às 16h (visitação até 17h) e  sábados, domingos e feriados das  09h às 17h (visitação até 18h).