Confederação elabora documento que destaca práticas sustentáveis do setor e busca desconstruir narrativas negativas sobre a agropecuária nacional

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) elaborou o documento “Agropecuária Brasileira na COP 30” para apresentar os compromissos e conquistas do setor durante a Conferência sobre as Mudanças Climáticas. O evento acontecerá entre 10 e 21 de novembro, em Belém. As federações estaduais ratificaram a publicação, que mostra ao mundo as práticas sustentáveis consolidadas no campo brasileiro.

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O material destaca tecnologias como plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta, recuperação de áreas degradadas e uso de bioinsumos. Essas práticas comprovam que o Brasil desenvolveu uma das agriculturas mais eficientes e ambientalmente responsáveis do planeta.

Setor rural contribui para combater mudanças climáticas

O documento funciona como instrumento estratégico de posicionamento internacional. A CNA reforça que o setor rural integra a solução para enfrentar as mudanças climáticas, contrariando narrativas que associam a agropecuária brasileira apenas a problemas ambientais.

Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), ressalta a necessidade de desconstruir o mito de que a agropecuária brasileira opera de forma rudimentar.

“O setor agropecuário representa parte vital na construção das soluções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Cada vez mais tecnológico e sustentável, o agro sustenta a economia nacional e a preservação ambiental. Pois entende que a qualidade do solo e dos recursos hídricos impacta diretamente a produção”, afirma Meirelles.

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CNA defende acesso facilitado a financiamento climático

A transição para uma economia de baixo carbono e a adaptação dos sistemas produtivos exigem investimentos de larga escala. O financiamento climático destinado aos países em desenvolvimento, reforçado no Acordo de Paris, representa condição fundamental para fortalecer a resiliência climática e viabilizar ações de mitigação e adaptação.

A CNA defende maior acesso dos produtores rurais a recursos internacionais, com linhas simplificadas e justas. A entidade propõe que os fundos considerem a realidade dos países em desenvolvimento, garantindo previsibilidade e condições adequadas para a transição sustentável no agro.

Produção de baixo carbono alinha Brasil a metas globais

O documento enfatiza a produção com baixa emissão de carbono, alinhada às metas de descarbonização global. A Confederação destaca que o agro brasileiro já reduz emissões de forma efetiva através da adoção de tecnologias inovadoras e da preservação de florestas nativas em propriedades rurais, que sequestram grandes quantidades de carbono.

Ao demonstrar avanços em métricas concretas, a agropecuária nacional reforça sua legitimidade para acessar mercados internacionais cada vez mais exigentes em sustentabilidade e rastreabilidade.

Dados contestam narrativas negativas sobre o agro brasileiro

O presidente da Faesp ressalta a importância de desconstruir narrativas negativas que associam o agro brasileiro ao desmatamento ilegal e à degradação ambiental. O documento da CNA apresenta dados que evidenciam o oposto: produtores rurais brasileiros preservam cerca de 33% do território nacional em áreas de vegetação nativa dentro das propriedades, diferencial único no cenário mundial.

Essa informação reposiciona a imagem do Brasil nos fóruns internacionais e garante que políticas ambientais não funcionem como barreiras comerciais disfarçadas contra a produção nacional.

O documento reforça a importância da articulação internacional do agro brasileiro em eventos como a COP 30. Ao unir evidências técnicas, experiências práticas e políticas públicas já implementadas, o setor demonstra capacidade de dialogar com a sociedade e com mercados externos de forma transparente e propositiva.

A desconstrução de narrativas representa não apenas uma defesa, mas uma estratégia ativa para consolidar o protagonismo do Brasil na agenda global de sustentabilidade. O setor demonstra que o futuro da agropecuária pode ser, simultaneamente, produtivo, inclusivo e ambientalmente responsável.