Resumo da notícia
- UNICA e CETESB firmaram acordo para modernizar a regulação ambiental e qualificar profissionais do setor sucroenergético, focando em eficiência e sustentabilidade na produção de etanol e açúcar em São Paulo.
- O acordo promove a economia circular e o uso ampliado da biomassa como fonte renovável, incluindo o reaproveitamento de resíduos industriais e o estímulo ao uso de biofertilizantes.
- Será lançado um curso de licenciamento ambiental para engenheiros e técnicos, visando capacitação e segurança regulatória, com mais de 80 participantes na primeira turma.
- A parceria busca fortalecer a transição energética e o desenvolvimento de baixo carbono, alinhando práticas ambientais modernas e diálogo técnico contínuo entre setor e governo.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) firmaram, nesta terça-feira (4), um acordo de cooperação técnica que inaugura uma nova etapa de modernização regulatória, qualificação profissional e eficiência ambiental no setor sucroenergético paulista.
A assinatura ocorreu durante o Summit Agenda SP + Verde, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). Com isso, o acordo representa um avanço estratégico para fortalecer a segurança jurídica, incentivar a economia circular e acelerar a transição energética no estado.
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Regulação e inovação ambiental
O documento estabelece uma agenda conjunta voltada à atualização técnica e à revisão de parâmetros ambientais, de modo a modernizar a gestão de resíduos da produção de etanol e açúcar. Além disso, a iniciativa busca ampliar o uso de biomassa como fonte renovável de energia, promovendo práticas de reaproveitamento industrial e fortalecendo a cadeia verde.
Segundo Evandro Gussi, presidente da UNICA, a modernização regulatória reforça o papel do setor na economia de baixo carbono. “A produção sustentável de energia renovável pela cadeia sucroenergética tem ganhado novos contornos, com a ampliação dos energéticos extraídos da biomassa e a intensificação de práticas de economia circular, com o uso da vinhaça, da torta de filtro e, no futuro, o aproveitamento de resíduos de outros setores.”
As diretrizes em construção tratam, por exemplo, do uso eficiente da vinhaça e das águas residuárias, bem como da definição de parâmetros técnicos para o emprego de Combustível Derivado de Resíduos (CDR) em caldeiras industriais. Desse modo, o acordo busca fortalecer o reaproveitamento de subprodutos, estimular o uso de biofertilizantes e apoiar iniciativas que convertam resíduos em energia limpa.
Formação técnica e segurança regulatória
Além da revisão regulatória, o acordo também avança na formação e capacitação profissional. Em parceria com a UNICA, a Escola Superior da CETESB lançará um curso de licenciamento ambiental voltado a engenheiros, gestores e técnicos do setor.
A primeira turma deve reunir mais de 80 participantes. Assim, o projeto evidencia a forte demanda por atualização técnica e segurança regulatória. Para Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, o interesse demonstra o engajamento do setor com a agenda sustentável. “A rápida adesão ao programa reflete a confiança do setor no diálogo técnico com a CETESB. A capacitação das equipes é fundamental para fortalecer o modelo de desenvolvimento de baixo carbono e impulsionar a transição energética.”
Cooperação e acompanhamento técnico
Para Thomaz Toledo, diretor-presidente da CETESB, a parceria simboliza uma nova etapa de diálogo entre o órgão ambiental e a indústria. “O setor sucroenergético é uma peça-chave na transição energética do estado de São Paulo. Essa parceria é um marco no diálogo entre a CETESB e a indústria. Com isso podemos estabelecer mecanismos mais modernos, seguros e alinhados com as práticas internacionais de economia circular.”
O acordo terá vigência inicial de 12 meses, podendo ser prorrogado. Além disso, a execução será acompanhada por um Comitê Técnico de Cooperação, composto por especialistas das duas instituições, responsável por supervisionar as entregas, propor planos de trabalho e monitorar resultados.
Dessa forma, a iniciativa consolida um modelo de governança ambiental mais eficiente e colaborativo, reforçando o protagonismo do estado de São Paulo na transição energética e no desenvolvimento de soluções sustentáveis para o futuro do agro.