Resumo da notícia
- Berna sediará o World Cheese Awards 2025 pela primeira vez na Suíça, com mais de 5 mil queijos de 50 países e participação de queijos finos do Paraná, Brasil, reconhecidos internacionalmente.
- O Laboratório de Queijos Finos do Biopark Educação, em Toledo, levará três queijos inéditos ao concurso, que já conquistou 69 medalhas e valoriza a produção leiteira regional.
- Os queijos Guarandu, Garoa Tropical e Florescer unem identidade brasileira e sofisticação, despertando interesse de importadores e chefs europeus.
- O projeto oferece suporte completo e gratuito aos produtores rurais, incluindo consultoria técnica, formação empresarial e orientação para investimentos, fortalecendo toda a cadeia produtiva local.
Entre os dias 13 e 15 de novembro, Berna, capital da Suíça, receberá o World Cheese Awards 2025, o maior concurso de queijos do mundo. Pela primeira vez em solo suíço, a competição reunirá mais de 5 mil amostras de queijos de mais de 50 países. E o Brasil terá representantes de peso: queijos finos desenvolvidos no Paraná, que já acumulam dezenas de premiações internacionais.
O Laboratório de Queijos Finos do Biopark Educação, localizado em Toledo, no Paraná, é o responsável por levar três queijos inéditos ao concurso suíço. O projeto, que existe há seis anos, já conquistou 69 medalhas em premiações nacionais e internacionais. E vem transformando a produção leiteira regional em um caso de sucesso que atrai atenção de investidores e formuladores de políticas públicas.
Entre as criações que competirão na Suíça estão o Guarandu, com aroma de guaraná; o Garoa Tropical, que utiliza fruta cítrica no processo de coagulação; e o Florescer, de casca lavada e coloração marcante. Os produtos unem identidade brasileira e sofisticação gastronômica, já despertando interesse de importadores e chefs europeus.
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“Os produtores associados recebem suporte técnico integral e gratuito, desde a melhoria da qualidade do leite até a produção dos queijos, com transferência completa das tecnologias desenvolvidas no laboratório”, explica Kennidy de Bortoli, pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark Educação. Durante todo o período de participação, há monitoramento contínuo dos padrões de qualidade para garantir a excelência dos produtos.
Carolina Trombini, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Biopark Educação, destaca que o projeto também oferece orientação para investimentos em infraestrutura. “Auxiliamos na escolha de equipamentos e layouts mais adequados, de acordo com os objetivos e o porte de cada produtor. Há acompanhamento permanente para o fortalecimento técnico e gerencial dos negócios”, afirma.
Parceria estratégica fortalece cadeia produtiva
Os encontros bimestrais abordam temas estratégicos como marketing digital, vendas, abertura de novos mercados e boas práticas de fabricação, oferecendo aos produtores uma formação empresarial completa.
O projeto é resultado de uma coalizão entre o Biopark, o Biopark Educação, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), o Sebrae/PR, o Sistema Faep/Senar e a Prefeitura de Toledo. Juntos, eles formam uma rede colaborativa que promove inovação, qualificação técnica e valorização da produção local.
A iniciativa transforma a cadeia leiteira paranaense, segundo maior produtor de leite do Brasil, com foco em diferenciação de mercado, valorização do terroir e acesso a certificações como SIM, SUSAF e SISBI. Cada produtor recebe indicações personalizadas de tecnologia queijeira conforme as características do seu leite. Portanto, favorecendo a diversidade e a formação de uma Rota de Queijos Finos na região.
Em 2024, o queijo maturado Passionata, desenvolvido pelo projeto e produzido pela Queijaria Flor da Terra, de Toledo, foi eleito o melhor da América Latina e o 9º melhor do mundo no World Cheese Awards. O feito consolidou a qualidade dos queijos paranaenses no cenário internacional.
Atualmente, o projeto conta com 27 produtores integrados e 26 tipos de queijos no mercado. Além disso, os planos de expansão estadual já estão em curso, com apoio do governo do Paraná, sinalizando o potencial de crescimento da iniciativa.
“Conseguimos criar um modelo escalável, com baixa barreira de entrada para os produtores, retorno rápido e forte apelo de marca. Ao mesmo tempo, servimos de referência de política integrada de desenvolvimento rural, segurança alimentar e inovação tecnológica no campo”, afirma Carmen Donaduzzi, idealizadora do projeto.