O Plano Safra Familiar 2024/2025 oferece juros ainda menores, com taxas variando de 0,5% a 6%. Dez linhas de financiamento tiveram redução, sendo duas de custeio e oito de investimento.
O Pronaf Custeio para produtos da sociobiodiversidade, como babaçu, jambu e castanha do Brasil, terá taxa de 2%, antes era 3%. Já para a produção de alimentos básicos, como feijão, arroz e mandioca, a taxa caiu de 4% para 3%.
No Pronaf Floresta (Investimento) e Pronaf Semiárido (Investimento), a taxa passou de 4% para 3%. Para as agricultoras do Pronaf Mulher (Investimento), com renda familiar de até R$ 100 mil, a taxa caiu de 4% para 3%.
Outras linhas de investimento também tiveram redução, como o Pronaf Jovem, Pronaf Agroecologia, Pronaf Bioeconomia e Pronaf Produtivo Orientado, todas de 4% para 3%. Além disso, no Pronaf Mais Alimentos (Investimento), a taxa para compra de máquinas de pequeno porte caiu de 5% para 2,5%.
Outras atividades, como aquisição de estruturas de cultivo protegido, construção de silos e armazéns, e aquisição de tanques de resfriamento de leite, também tiveram redução, de 4% para 3% no anúncio de hoje (03/07) do Plano Safra Familiar.
Pequenos produtores
O novo Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/25 traz novidades para os pequenos produtores. Além do recorde de R$ 76 bilhões em crédito, o plano é ainda mais agroecológico.
As taxas de juros para a produção orgânica, agroecológica e de produtos da sociobiodiversidade serão reduzidas para 2% no custeio e 3% no investimento. Essa medida incentiva a adoção de práticas sustentáveis e a diversificação da produção.
Como resultado, outro destaque é o lançamento do edital do programa Ecoforte, com o maior valor histórico de R$ 100 milhões. Portanto, esse investimento vai apoiar projetos de redes de agroecologia, extrativismo e produção orgânica, beneficiando 40 redes e 30 mil agricultores familiares.
Repercussão entre os especialistas
A reação entre os especialistas talvez não tenha sido a que o governo esperava. Conversamos com Wolney Arruda, administrador de empresas e Presidente Plantae Agrocrédito, e sua perspectiva sobre esse anúncio e a próxima safra é de alerta:
“A gente vê que não vai ter um acréscimo muito grande de montante, porque mesmo que eles falam aí em uma majoração em torno de 20%, só o que a gente viu em torno de aumento de custo de produção já dá isso, ou seja, se a gente colocar esse aumento de custo, a gente vê que até houve um decréscimo. O mais importante é o valor da subvenção. Então, a gente tinha uma subvenção de R$ 13,7 bilhões, como está na matéria no plano SAFRA 23-24, para R$ 16,3 bi. nesse plano 24-25, ou seja, um acréscimo de 19%, ou seja, quase nada”.
Outro fator importante a se levar em conta é a situação econômica atual: “Então a gente também sensibiliza uma taxa de juros com spread bem maior, porque está tendo um risco maior, infelizmente, devido à indústria de recuperações judiciais. Um risco maior devido ao clima, que teve uma quebra de safra muito grande, preços lá embaixo, o preço das commodities lá embaixo, principalmente grãos, soja e milho. Então, você entende que, de uma certa maneira, você reunindo, tentando pegar todas as variáveis, vai ser uma safra bem desafiadora. E, novamente, quem vai suprir a grande demanda, mas isso no meu entendimento, quem vai suprir a grande demanda do setor muito mais do que no 23 e 24, nessa safra 24, 25, vão ser as instituições privadas, tá? Então, essa é a minha ótica e as instituições privadas com esse alerta amarelo aqui do setor, né?