A China, principal parceiro comercial do Brasil, abriu quatro novos mercados para produtos agropecuários brasileiros. Os acordos foram firmados nesta quarta-feira (20), durante um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, em Brasília. Portanto, com essa conquista, o Brasil alcançou 281 mercados agropecuários abertos desde o início de 2023.
Protocolos Brasil e China
Os protocolos foram assinados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Administração Geral de Aduanas da China (GACC). Ou seja, eles definem requisitos fitossanitários e sanitários para a exportação de uvas frescas, gergelim, sorgo, além de farinha e óleo de peixe e outras gorduras derivadas de pescado para alimentação animal.
O presidente Lula destacou o papel do Brasil como principal fornecedor de alimentos para a China desde 2017. “O agronegócio brasileiro segue garantindo a segurança alimentar chinesa”, afirmou, durante pronunciamento no Palácio da Alvorada.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou a relevância da parceria entre os dois países. “O Brasil é um fornecedor confiável de alimentos e energia renovável. Temos capacidade para ampliar essa relação com sustentabilidade”, disse.
Potencial de exportação e demanda chinesa
A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa estima que os novos mercados podem gerar US$ 450 milhões anuais em exportações. O secretário Luis Rua acredita que, considerando o potencial brasileiro, esse valor pode superar US$ 500 milhões por ano. “A China importa quase US$ 7 bilhões desses produtos e o Brasil se consolida como parceiro estratégico e seguro”, afirmou.
A China é o maior importador global de gergelim, com 36,2% das importações mundiais, totalizando US$ 1,53 bilhão em 2023. O Brasil, que ocupa a sétima posição nesse mercado, está ampliando a área de cultivo do produto.
No caso da farinha de pescado, a China lidera as compras, com US$ 2,9 bilhões importados em 2023. Apesar de ainda ter participação limitada, o Brasil busca expandir sua presença nesse segmento.
Já no sorgo, a China importou US$ 1,83 bilhão no último ano, com o Brasil representando 0,29% das exportações globais.
As uvas frescas, que vêm ganhando destaque no mercado internacional, agora chegam ao mercado chinês. O Brasil já responde por 2% do comércio global da fruta, com foco em consumidores de uvas premium.
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Requisitos para exportação
Os novos protocolos estabelecem exigências específicas para cada produto. Os estados de Pernambuco e Bahia concentrarão a exportação de uvas frescas. Ao mesmo tempo, os produtores devem seguir boas práticas agrícolas e obter registro no Mapa.
Além disso, para os derivados de pescado, como farinha e óleo de peixe, as empresas precisam adotar sistemas de controle rigorosos, como o Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). Em resumo, os produtos devem ser rastreáveis, atender aos requisitos da China e ter registro válido por cinco anos.
Ou seja, com esses acordos, o Brasil reforça sua posição como um dos principais fornecedores globais de alimentos, ampliando sua presença em mercados estratégicos.