O preço do café voltou a registrar alta significativa na Bolsa de Nova York, encerrando duas sessões de queda. Nesta quarta-feira (4), os contratos futuros para março avançaram 2,77%, sendo negociados a US$ 3,0370 por libra-peso. Em resumo, o movimento é atribuído a ajustes técnicos, que continuam influenciando o mercado internacional nos últimos dias.
Altas devem continuar
Para o médio prazo, especialistas preveem a manutenção das altas, impulsionadas pela retração dos produtores brasileiros, que seguem fora das vendas. Além disso, a chegada do inverno europeu tende a elevar a demanda global por café, reforçando a pressão sobre os preços.
No entanto, analistas alertam que o cenário pode mudar caso grandes regiões produtoras consigam recuperar sua produção. Esse fator poderia limitar o avanço das cotações nos próximos meses.
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Café arábica atinge maior preço real desde 1998 no Brasil
No mercado interno, o café arábica encerrou novembro com um aumento expressivo de 37,55% no preço. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6 registrou média de R$ 1.774,67 por saca de 60 kg no mês. Ou seja, este foi o valor mais alto desde fevereiro de 1998, em termos reais, considerando o IGP-DI de outubro.
O levantamento também aponta que, desde 26 de novembro, o indicador opera acima de R$ 2.000 por saca. No dia 30, o preço chegou a R$ 2.098,06, o maior valor diário real desde junho de 1997.
Pesquisadores do Cepea explicam que a alta é reflexo da oferta restrita no mercado brasileiro, tanto de arábica quanto de robusta. Além disso, a expectativa de menor colheita no Vietnã, principal exportador de robusta, contribui para a valorização do grão no mercado global.
Tendências de mercado e novos desafios
Com a demanda aquecida e a oferta limitada, o mercado cafeeiro deve enfrentar um cenário de volatilidade nos próximos meses. A atenção se volta agora para os movimentos técnicos e as condições climáticas, que poderão influenciar os preços no curto e médio prazo.