O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ficou estável em junho, registrando uma média de 120,6 pontos, praticamente o mesmo nível revisado do mês anterior.
Apesar da consolidação após três meses de alta, o índice permaneceu 2,10% abaixo do valor correspondente de 2023 e 24,80% menor que o pico de 160,3 pontos registrado em março de 2022.
Cereais
O índice de preços dos Cereais registrou uma média de 115,2 pontos em junho. Isso representa uma queda de 3% em relação a maio e 9% em relação a junho de 2023. A baixa nos preços do trigo foi atribuída às colheitas em andamento no Hemisfério Norte, à perspectiva de melhora na produção de exportadores como Cazaquistão e Ucrânia e também à implementação de uma proibição de importação pela Turquia.
Os preços do milho caíram com o progresso nas colheitas na Argentina e no Brasil, além da expectativa de maior produção e da área plantada maior que o esperado nos EUA.
Óleos Vegetais
O índice de preços dos Óleos Vegetais teve média de 131,8 pontos em junho. Comparativamente, uma alta de 3,10% em relação a maio, registrando o nível mais alto desde março de 2023. A demanda global reativada devido ao aumento da competitividade impulsionou a recuperação nos preços do óleo de palma.
Os preços dos óleos de soja e de girassol subiram com a demanda firme do setor de biocombustíveis nas Américas e pela redução da oferta na região do Mar Negro, respectivamente.
Carne
O índice de preços da Carne da FAO registrou uma média de 116,9 pontos em junho, praticamente estável em relação a maio, ficando 1,80% abaixo do valor de 2023. A queda nos preços da carne de aves ocorreu devido à oferta abundante, enquanto os preços da carne ovina subiram com a alta demanda.
A carne suína registrou ligeira alta com um ritmo constante de importações e vendas internas sazonalmente ativas, especialmente na América do Norte. Os preços da carne bovina permaneceram estáveis, com condições globais de oferta e demanda bem equilibradas.
Lácteos
O índice de preços dos Lácteos registrou uma média de 127,8 pontos em junho, alta de 1,20% em relação a maio e 6,60% maior que o valor de um ano atrás. As cotações da manteiga registraram a maior alta em 24 meses, com o aumento da demanda global por entregas de curto prazo e baixos estoques na Oceania.
Os preços do leite em pó desnatado aumentaram, com importações estáveis do Leste Asiático e vendas internas mais altas na Europa Ocidental. O leite em pó integral subiu ligeiramente no mês, enquanto os preços do queijo diminuíram com a desaceleração na demanda global.
Açúcar
O índice de preços do Açúcar registrou uma média de 119,4 pontos em junho. Isso representa uma alta de 1,90% em relação a maio, após três quedas consecutivas, mas ainda 21,60% abaixo de junho de 2023. O aumento foi atribuído à colheita abaixo da esperada no Brasil em maio, às chuvas erráticas de monções na Índia e à revisão para baixo nas previsões de rendimento das safras na União Europeia.
O que é o Índice de Preços de Alimentos da FAO
O Índice de Preços de Alimentos da FAO é uma medida da variação mensal dos preços internacionais de uma cesta de produtos alimentares. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) calcula o índice com base nos preços de um conjunto de commodities alimentares.
O índice acompanha as mudanças nos preços internacionais de cinco grupos principais de produtos alimentares:
- Cereais: inclui trigo, milho, cevada, sorgo e arroz
- Óleos Vegetais: inclui óleos de soja, palma, colza, girassol e algodão
- Laticínios: inclui manteiga, leite em pó, queijo e caseína
- Carne: inclui carnes de frango, bovina, suína e ovina
- Açúcar: refere-se ao preço do açúcar bruto
Cada grupo tem um peso diferente no cálculo do índice geral. A FAO calcula o índice mensalmente e mede os preços em dólares americanos.
Aliás, o Índice de Preços de Alimentos da FAO é amplamente utilizado como indicador da tendência dos preços globais de alimentos. Isso porque ele permite acompanhar as flutuações nos preços internacionais de commodities alimentares e identificar possíveis riscos de insegurança alimentar em regiões vulneráveis.