A produção brasileira de grãos deve atingir 299,27 milhões de toneladas na safra 2023/2024, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse volume representa uma queda de 6,4%, ou 20,54 milhões de toneladas a menos em relação ao ciclo anterior. Mesmo assim, a safra ainda será a segunda maior já colhida no país.
A pesquisa de campo realizada no final de junho indicou uma variação positiva de 0,6%, ou 1,72 milhão de toneladas, em relação à pesquisa do mês anterior. O avanço da colheita das principais culturas, como milho segunda safra, gergelim e arroz, contribuiu para essa recuperação. No entanto, houve uma redução na produção de milho primeira safra, feijão, trigo, algodão e soja.
O fenômeno El Niño foi o principal responsável pela quebra em relação ao ciclo passado. Ou seja, a intensidade do fenômeno afetou negativamente o clima desde o início do plantio, prejudicando as lavouras de primeira safra plantadas até o final de outubro nas principais regiões produtoras do país.
Desempenho da produção de grãos
A produção de soja está estimada em 147,34 milhões de toneladas, uma redução de 4,7%, ou 7,27 milhões de toneladas, em comparação com a safra anterior. Mato Grosso se destaca como o maior produtor, com 39,34 milhões de toneladas, enquanto a Bahia apresenta a maior produtividade, com 3.780 kg/ha.
Já a produção de milho, incluindo as três safras, é estimada em 115,86 milhões de toneladas, 12,2% abaixo da safra 2022/23. Apesar da queda, as condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras.
A área cultivada total no país aumentou 1,5%, somando 1,21 milhão de hectares a mais em relação à safra passada. Os maiores crescimentos foram observados na soja, seguida de gergelim, algodão, sorgo, feijão e arroz. Em contrapartida, a área plantada com milho, trigo e outras culturas de inverno diminuiu.