Na densa vegetação das florestas tropicais da América Central, uma figura peculiar chama a atenção: a cobra-de-cílios (Bothriechis schlegelii), uma das serpentes mais extraordinárias do mundo animal. Com seu corpo colorido em tons vibrantes de amarelo, verde ou até rosa, e suas marcantes escamas que se projetam como longos cílios acima dos olhos, esta espécie é um verdadeiro espetáculo da evolução.
Conhecida cientificamente como Bothriechis schlegelii e popularmente como víbora-de-pestanas, esta serpente de pequeno porte – raramente ultrapassando 80 centímetros – habita as copas das árvores em países como Costa Rica, Panamá, Colômbia e Venezuela. Seu habitat preferido são as áreas úmidas e floridas, onde sua incrível camuflagem a torna praticamente invisível entre as folhagens.
Estratégia de caça
O que mais impressionta na cobra-de-cílios é sua estratégia de caça engenhosa. Durante a noite, quando está mais ativa, ela permanece imóvel em meio às flores, usando suas cores vibrantes como isca para atrair beija-flores e outros pequenos pássaros que buscam néctar. Quando a presa se aproxima, a cobra ataca com velocidade impressionante, inoculando seu potente veneno hemorrágico.
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Apesar de seu veneno ser considerado perigoso, os encontros com humanos são raros e acidentes ainda mais incomuns. Esta serpente tem natureza tranquila e só ataca quando se sente genuinamente ameaçada. Seus “cílios” característicos, na verdade escamas modificadas, podem servir tanto para camuflagem quanto para proteção dos olhos.
Uma curiosidade fascinante é que as cobras-de-cílios são vivíparas. Ou seja, os filhotes já nascem completamente formados e independentes, equipados com veneno desde o primeiro dia de vida. Esta característica, combinada com sua impressionante capacidade de mimetismo, faz desta espécie um dos predadores mais bem-sucedidos de seu ecossistema.
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