Uma nova cultivar de ervilhaca, a URS BRS Presilha, promete aumentar a produtividade e a sustentabilidade da pecuária de corte no Brasil. Desenvolvida em colaboração entre a Embrapa, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Associação Sul-brasileira para o Fomento de Pesquisa em Forrageira (Sulpasto), essa cultivar forrageira tem um grande potencial para integrar sistemas de integração Lavoura-Pecuária (ILP), tanto para pastejo quanto para cobertura do solo.
Destaque em sistemas de integração Lavoura-Pecuária
A URS BRS Presilha se destaca por possuir as maiores sementes entre as leguminosas forrageiras de clima temperado no Sul do Brasil, facilitando a competição no estabelecimento da pastagem. Essa característica também contribui para uma implantação e distribuição mais eficientes das sementes, mesmo em áreas com pastagens perenes de verão e cultivares menores de panicum e braquiária.
Daniel Montardo, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da cultivar, explica que a ervilhaca se encaixa bem em áreas de integração Lavoura-Pecuária, onde produtores hesitam em investir em espécies perenes devido à rotação anual de pastagens com culturas agrícolas.
A nova cultivar de ervilhaca será apresentada durante a Expodireto Cotrijal 2025, que ocorrerá de 10 a 14 de março, em Não-Me-Toque, RS. A Embrapa participa todos os anos desse evento. A feira atrai mais de 300 mil pessoas do Brasil e do exterior para conhecer as novas tecnologias do agronegócio mundial.
Vantagens da URS BRS Presilha
Além de ser estratégica para os sistemas ILP, a URS BRS Presilha se destaca por:
- Alta produção de forragem
- Boa sanidade
- Tolerância ao pastejo
- Boa capacidade de rebrote
- Vigor inicial, garantindo competitividade e adaptação a diferentes condições ambientais
- Bons teores de proteína
- Capacidade de fixação de nitrogênio atmosférico no solo, em simbiose com bactérias do gênero Rhizobium
- Adaptação a solos bem drenados
- Utilização em consórcios com outras forrageiras de inverno, como aveia e azevém
- Contribuição na incorporação de nitrogênio e estruturação do solo em sistemas de cobertura
- Maior resistência à falta de água
- Menor propensão a causar problemas de timpanismo nos animais, em comparação com outras leguminosas forrageiras
Opinião de especialistas
Claudio Lopes e Cesar Grinke, da Sulpasto, ressaltam a possibilidade de uso da cultivar na fruticultura, incorporando nitrogênio e protegendo o solo com sua palhada resistente. Lopes destaca que a parceria com a UFRGS e a Embrapa contribui para a aceitação da nova forrageira pelo setor produtivo. Grinke complementa que a Presilha é um material diferenciado, com espaço no mercado e garantia de mais qualidade e melhor desempenho no campo.
Sustentabilidade dos sistemas agropecuários
Miguel Dall’Agnol, professor da UFRGS e um dos desenvolvedores da cultivar, enfatiza que a URS BRS Presilha se encaixa em diferentes sistemas de produção, como cobertura verde no inverno, em áreas de rotação de culturas, e consorciada com pastagens cultivadas de inverno. A cultivar também pode ser introduzida no campo nativo para aumentar a produção durante o inverno e a primavera. Portanto, mostrando bom desempenho em sistemas produtivos baseados em pastagens de verão e de inverno.
A nova cultivar contribui para atender uma necessidade real dos produtores da região Sul do Brasil, aumentando o uso de leguminosas e promovendo a sustentabilidade dos sistemas integrados de produção.
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