Uma recente fiscalização em pomares das regiões de Avaré, Itapeva e Mogi Mirim, revelou um cenário preocupante para a citricultura paulista. Embora a presença do psilídeo, inseto vetor do HLB/Greening, tenha diminuído em comparação com anos anteriores, quase metade das propriedades fiscalizadas apresentaram falhas no manejo. Portanto, comprometendo o controle da praga.
O HLB/Greening, considerado a doença mais destrutiva da citricultura mundial, é causado por bactérias transmitidas pelo psilídeo. A doença não tem cura, se dissemina rapidamente, compromete o desenvolvimento das plantas, causa queda prematura dos frutos e reduz drasticamente a produtividade dos pomares.
A força-tarefa, composta por engenheiros agrônomos e técnicos agropecuários da Defesa Agropecuária, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), inspecionou mais de 3 milhões de plantas em 48 propriedades. A operação resultou na emissão de 48 notificações e três autos de infração, evidenciando a necessidade de medidas mais eficazes para o controle da doença.
Manejo Inadequado e fiscalização
O gerente do Programa Estadual de Pragas Quarentenárias Presentes (PEPQP) da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, Danilo Romão, alerta que muitos produtores ainda não possuem informações adequadas ou não estão aplicando corretamente as práticas recomendadas. Em quase 50% das propriedades, mais de 10% dos brotos apresentavam psilídeos, indicando manejo inadequado e alto risco de disseminação da doença.
Apesar dos desafios, a redução na quantidade de psilídeos encontrados nos pomares em relação aos anos anteriores é um avanço importante. No entanto, a presença do inseto ainda representa um perigo, pois aumenta a transmissão do HLB/Greening dentro da própria propriedade e para pomares vizinhos.
Para conter a doença, os especialistas recomendam três medidas essenciais. A compra de mudas sadias de viveiros credenciados aos órgãos da Secretaria de Agricultura é uma delas. A erradicação de plantas sintomáticas em pomares com menos de oito anos e um controle rigoroso do psilídeo são as outras.
O Estado de São Paulo conta com o Programa Estadual de Pragas Quarentenárias Presentes. Ele foi criado com o objetivo de monitorar e propor ações para reduzir a disseminação das pragas quarentenárias. O trabalho visa a sustentabilidade sanitária dessas culturas, utilizando como ferramenta ações de fiscalização que acompanham desde a produção das mudas até a comercialização dos frutos in natura.
Diante desse cenário, a capacitação dos produtores e o fortalecimento da assistência técnica são cruciais para garantir a sustentabilidade da citricultura e evitar prejuízos econômicos significativos.
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