Minas Gerais pode se tornar a nova referência nacional em silvicultura. Um estudo técnico inédito, encomendado pelo Governo de Minas, aponta alto potencial para expansão da base florestal no estado.
Em resumo, a pesquisa identificou 22 milhões de hectares viáveis para investimentos. Desses, 7 milhões podem abrigar projetos brownfield, com arrendamento ou compra de florestas já existentes. Outros 15 milhões são áreas adequadas para projetos greenfield, com plantio de florestas e instalação de novas plantas industriais.
As regiões Norte, Noroeste e Central concentram as maiores oportunidades. O levantamento foi conduzido pelo Grupo Index, referência no setor, com apoio da Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif). A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e a Invest Minas contrataram o estudo.
Condições estratégicas
Segundo os especialistas, Minas reúne condições estratégicas para atrair grandes investimentos. Ou seja, o estado oferece disponibilidade hídrica, logística favorável, terras com preços competitivos e um regime tributário especial. Além disso, Minas já é líder nacional em área plantada com eucalipto. São 2,2 milhões de hectares, o que representa cerca de 40% a mais do que o Mato Grosso do Sul. A silvicultura já está presente em 811 dos 853 municípios mineiros.
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa, reforça o potencial. “O estudo mostra que podemos equilibrar produtividade e preservação. Estamos prontos para receber novos investimentos”, afirma. Outro destaque está no Valor de Terra Nua (VTN), que torna o investimento ainda mais atrativo. Em Minas, o custo médio é de R$ 9,8 mil por hectare. Nas áreas com maior potencial, esse valor cai para R$ 2,8 mil por hectare.
Clima favorável
Além do preço competitivo, o clima favorável garante produtividade elevada em comparação a centros tradicionais, que já estão quase saturados. Isso projeta Minas como próximo polo de grandes investimentos florestais no país. Para Lucas Ferreira, gerente de cadeias produtivas da Invest Minas, o cenário é positivo. “Minas é referência em florestas plantadas. O estudo mostra o potencial de cada região para novos negócios”, explica.
Ao mesmo tempo, o levantamento também destaca o crescimento global do mercado de celulose, impulsionado por embalagens sustentáveis e papel tissue. A tendência de substituição do plástico por materiais biodegradáveis favorece ainda mais Minas Gerais. Além disso, as metas ambientais da ONU e os compromissos brasileiros até 2030 também elevam o valor estratégico do estado no setor.
Adriana Maugere, presidente da Amif, ressalta o rigor técnico do trabalho. “É um estudo imparcial, com diagnóstico realista. Chega em um momento oportuno para o setor”, destaca. Segundo ela, o material cruza dados como solo, clima e precipitação para identificar as áreas mais promissoras. “É uma análise precisa, que oferece base sólida para investimentos”, completa.
Superação de desafios
Em geral, o governo estadual já atua para superar os desafios apontados no estudo. Entre eles, a melhoria da malha viária e a formação de mão de obra qualificada. Portanto, o programa “Caminhos para Avançar” prevê a recuperação de 5,5 mil quilômetros de rodovias em todo o estado. Já o “Trilhas de Futuro” formou 70 mil jovens desde 2021 e mantém 110 mil estudantes em capacitação.
A Invest Minas é a agência responsável por atrair novos negócios e promover a geração de empregos em Minas Gerais. Acesse o estudo completo e saiba mais no site da instituição.
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