Foto: divulgação Embrapa / Sebastião Araújo

A maioria dos produtores de feijão cultiva pequenas áreas no Brasil. Segundo a Embrapa Arroz e Feijão, 97% das lavouras têm menos de cinco hectares. Esses cultivos estão distribuídos em 533,5 mil propriedades rurais.

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Apesar da predominância numérica, as grandes lavouras concentram a produção. Plantios acima de 50 hectares representam apenas 0,5% do total, mas respondem por 75% do feijão colhido nos principais estados produtores.

Pesquisa da Embrapa detalha perfil do setor

O estudo utilizou dados do Censo Agropecuário 2017, publicado em 2023 pelo IBGE. Os pesquisadores classificaram as áreas em três categorias: pequenas (até 5 ha), médias (de 5 a menos de 50 ha) e grandes (a partir de 50 ha).

Segundo o socioeconomista da Embrapa, Alcido Wander, o tamanho da lavoura de feijão não corresponde ao da propriedade rural. Além disso, ele explica que a área de cultivo pode estar dentro de fazendas pequenas, médias ou grandes.

Produção e consumo do feijão brasileiro

Foto: divulgação – Embrapa / Sebastião Araújo

As grandes lavouras, cerca de 3 mil, colheram mais de 1,2 milhão de toneladas de feijão. Já as pequenas áreas contribuíram principalmente para o autoconsumo. Em geral, nessas propriedades, 59% do feijão de cor e 38% do feijão preto ficaram fora do mercado.

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No total, 87% da produção abasteceu o mercado interno. Ou seja, pouco mais de 200 mil toneladas foram destinadas ao consumo das famílias rurais.

Exportações superam importações

Nos últimos dez anos, a produção brasileira variou de 2,5 a 3,4 milhões de toneladas. O abastecimento contou também com importações anuais próximas de 100 mil toneladas. Wander observa que o consumo per capita caiu para 13,2 quilos por habitante ao ano.

Ao mesmo tempo, as exportações cresceram. Desde a safra 2017/18, o Brasil tornou-se exportador líquido de feijão. Na safra 2023/24, o País exportou 150 mil toneladas, alta de 22% em relação a dez anos atrás.

Projeções para 2033

Foto: divulgação – Embrapa Agostinho / Didonet

De acordo com o Ministério da Agricultura, a produção deve cair levemente até 2032/33, alcançando 2,9 milhões de toneladas. O consumo esperado é de 2,7 milhões de toneladas e as importações devem ficar em torno de 65 mil toneladas. “Essas projeções podem mudar com aumento das exportações ou do consumo interno”, afirma Wander.