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    Caranguejo pré-histórico muda a história da Antártida

    Fóssil raro descoberto por brasileiros na Antártida mostra ligações antigas entre mares do Norte e do Sul
    • Por Henrique Rodarte
    • 15/11/2025
    • às 08:01
    Reconstrução de Sabellidromites santamarta em seu paleoambiente – Ilustração de Maurilio Oliveira, paleoartista do Museu Nacional , UFRJ

    Resumo da notícia

    • Um fóssil de caranguejo de 85 milhões de anos, nomeado Sabellidromites santamarta, foi descoberto na Ilha James Ross, Antártida, revelando conexões antigas entre continentes e ecossistemas do Cretáceo.
    • O exemplar é raro por preservar detalhes ventrais completos, oferecendo insights sobre a anatomia e o modo de vida dos caranguejos primitivos da família Dynomenidae, quase extinta atualmente.
    • A pesquisa destaca a Antártida do Cretáceo como um ambiente quente e verde, diferente do atual, e levanta questões sobre o deslocamento de espécies entre os hemisférios por antigos mares e continentes.
    • A expedição enfrentou condições extremas por 32 dias, reforçando a importância do sítio Santa Marta como uma cápsula do tempo para futuras descobertas sobre a história evolutiva dos crustáceos e a geografia antiga.

    O vento corta o rosto. A neve cobre tudo. No extremo sul do planeta, um grupo de brasileiros ajoelha diante de uma rocha antiga. Dentro dela, o tempo guardou um segredo, um caranguejo de 85 milhões de anos.

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    O fóssil acaba de ganhar nome: Sabellidromites santamarta. Um parente distante dos caranguejos que hoje vivem em recifes tropicais. Um visitante improvável da Antártida.

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    Descoberto na Ilha James Ross durante a 41ª Operantar, o exemplar virou pista de uma história maior: a “dança” dos continentes e as antigas conexões entre os hemisférios. Os cientistas o apelidaram de “primo Gondwana da Antártida”.

    Daniel Lima, paleontólogo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, Universidade Regional do Cariri – Foto: arquivo pessoal

    “É um achado raro, especialmente por preservar detalhes da parte ventral, algo quase nunca visto”, explica Daniel Lima, paleontólogo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (Urca-CE). As pernas, o abdome, a anatomia completa, tudo ajuda a entender como viviam os caranguejos primitivos do Cretáceo.

    Nova espécie

    O estudo, publicado no Journal of Paleontology, apresenta o fóssil como uma nova espécie da família Dynomenidae, um grupo hoje quase extinto, remanescente de tempos em que os mares eram mais quentes e as fronteiras entre oceanos ainda flutuavam.

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    Marcos Tavares é professor e curador de crustáceos do Museu de Zoologia da USP – Foto: reprodução MZUSP

    Marcos Tavares, curador do Museu de Zoologia da USP, destaca: “Cada novo exemplar desse grupo é uma peça rara da história evolutiva dos crustáceos.”

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    Mapa da localização da Ilha James Ross, na Península Antártica, onde o espécime foi coletado – mapa: extraído do artigo

    Distância

    A jornada até ali foi árdua. Do Rio de Janeiro até Punta Arenas, depois navio, helicóptero e acampamento. Trinta e dois dias de isolamento entre gelo e vento. “Ficamos cercados pela imensidão branca, caçando fósseis enquanto as barracas balançavam sob rajadas de 70 km/h”, lembra Renato Ghilardi, paleontólogo da Unesp e coautor do estudo.

    Exemplar de Sabellidromites santamarta (1) dorsal, (2) frontal, (3) ventral e (4) lateral, (5) detalhe da região ventral – Imagem: extraída do artigo

    Mas o risco valeu a pena. O sítio de Santa Marta, onde o fóssil foi encontrado, é uma cápsula do tempo. Formações de arenito e cinzas vulcânicas revelam um delta antigo, com mares mornos e florestas densas, um mundo perdido sob o gelo. No Cretáceo, a Antártida era verde. E viva.

    Renato Ghilard é paleontólogo e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) – Foto: Reprodução / Researchgate

    A descoberta reacende o debate sobre o deslocamento de espécies entre os Hemisférios Norte e Sul. Como esse caranguejo chegou ali? Pelas correntes do Mar de Tétis? Por canais entre Pangea e Gondwana? Ou nasceu de linhagens locais que sobreviveram ao isolamento?

    São perguntas ainda abertas. Novas escavações e análises podem revelar outras conexões perdidas sob o gelo. “Há muito a ser encontrado. Cada fóssil recuperado é uma janela para o passado”, afirma Lima.

    O artigo completo, The Antarctic’s Gondwanan cousin: a new Dynomenidae (Crustacea, Dromioidea) from the Santa Marta Formation, James Ross Basin, Antarctica, está disponível online.

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