Resumo da notícia
- O Brasil premiou os 30 melhores cafés especiais da safra 2025 no Cup of Excellence Brazil, com destaque para Minas Gerais em todas as categorias: Experimental, Via Úmida e Via Seca.
- Na categoria Experimental, o Geisha da Fazenda Rio Verde (MG) foi campeão com 91,68 pontos, valorizando inovação e fermentação controlada.
- Na Via Úmida, o café Arara da Fazenda Água Limpa (MG) liderou com 91,37 pontos, evidenciando equilíbrio e excelência na xícara.
- Na Via Seca, o vencedor foi o café Arara da Fazenda Aracaçu (MG), ressaltando tradição e qualidade natural no processo de secagem.
O Brasil premiou os 30 melhores cafés especiais da safra 2025 durante o Cup of Excellence Brazil 2025, em São Paulo. O concurso, considerado o mais importante do mundo, é realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a ApexBrasil e a Alliance for Coffee Excellence (ACE), dentro do projeto “Brazil. The Coffee Nation”.
A competição contou com três categorias — Experimental, Via Úmida e Via Seca —, com dez vencedores em cada uma. Minas Gerais se destacou com produtores de diversas regiões do estado.
- Café robusta amazônico ganha força em agenda internacional
- Biscoito com casca de café valoriza Robustas Amazônicos
Categoria Experimental valoriza inovação e fermentação controlada

Na categoria Experimental, dedicada a cafés com fermentação induzida, o campeão foi o Geisha da Ipanema Agrícola, produzido na Fazenda Rio Verde, em Conceição do Rio Verde (MG), com 91,68 pontos.
O segundo lugar ficou com José Carlos dos Reis, da Fazenda Rancho Grande, em Três Pontas (MG), com o café Arara que atingiu 90,29 pontos. O produtor Sebastião Daniel da Silva, do Sítio São Sebastião, em Cristina (MG), também obteve 90,29 pontos.
Os três cafés foram classificados como “presidenciais”, por alcançarem notas acima de 90 pontos, reconhecimento máximo do concurso.
Via Úmida premia equilíbrio e excelência na xícara

Na categoria Via Úmida, que avalia cafés cerejas descascados, despolpados ou desmucilados, o campeão foi Marcelo Assis Nogueira, da Fazenda Água Limpa, em Campos Altos (MG). Seu café da variedade Arara obteve 91,37 pontos.
Em segundo lugar ficou Marcelo Carvalho Ferraz, da Fazenda Boa Vista, em Dom Viçoso (MG), com o café Catucaí, que recebeu 90,82 pontos.
O terceiro lugar foi para Osvaldina Alves Dutra, da Fazenda Água Limpa, em São João do Manhuaçu (MG), com café da variedade Kent, que atingiu 90,50 pontos.
O quarto colocado, Ercilei José de Oliveira, também das Matas de Minas, recebeu 90,08 pontos com seu café Arara do Sítio Pedro Varinhas. Todos os quatro foram considerados “cafés presidenciais”.
Via Seca destaca tradição e qualidade natural

Na categoria Via Seca, que inclui cafés colhidos e secos com casca, o vencedor foi Paulo Fernando Chaves de Brito, da Fazenda Aracaçu, em Três Pontas (MG), com o café Arara.
O segundo lugar ficou com Danilo Barbosa, da Fazenda Sucuri, em Coromandel (MG), com café Geisha que recebeu 90,32 pontos. Gustavo Andrade Alvarenga, da Fazenda Chapadão, em Pratinha (MG), completou o pódio com 90,11 pontos e a variedade Paraíso.
Júri internacional elege 40 amostras de excelência
Além dos 30 premiados, outros 10 cafés receberam o título de “National Winners”. Todos obtiveram notas acima de 86 pontos de um júri internacional formado por 30 provadores de 12 países.
O diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela, destacou que as amostras vencedoras representam 17 variedades, com quatro Geishas e 18 Araras.
“As variedades brasileiras mostraram desempenho superior, o que reflete a essência da competição. Nosso objetivo é descobrir novos produtores, origens e tecnologias que revelam o melhor dos cafés especiais do Brasil”, afirmou.
Inovação e diversidade encantam jurados internacionais
O diretor-geral do Cup of Excellence da ACE, Gary Urrutia, elogiou o trabalho dos cafeicultores brasileiros.
“É muita inovação e comprometimento com a qualidade. O Brasil dita tendências no mundo dos cafés especiais”, destacou.
O head judge John Thompson, da Escócia, reforçou que o país é exemplo de diversidade e evolução.
“O Brasil inovou ao criar três categorias e mostrar que cada café pode ser avaliado conforme seu processo. Os cafés são espetaculares”, afirmou.
Produtores investem em tecnologia e sustentabilidade
Segundo Vinicius Estrela, os cafés vencedores começaram a ser desenvolvidos há pelo menos quatro anos, com tecnologia e manejo sustentável.
“O concurso não é sobre o valor da saca, mas sobre apresentar o café brasileiro sob uma nova perspectiva”, explicou.
Ele ressaltou que os resultados refletem a maturidade dos produtores e o compromisso com a sustentabilidade.
“Os cafés vencedores são diversos, cada um com doçura, acidez e aromas únicos. Isso mostra a força da coletividade e da qualidade nacional”, completou.
Lendas da Excelência reconhecem trajetória inspiradora

A ACE homenageou os primeiros produtores com o título “Lendas da Excelência”, destinado a nomes que mantêm qualidade excepcional e inspiram suas comunidades.
O brasileiro Luiz Paulo Dias Pereira Filho foi um dos seis homenageados e tornou-se hors-concours do Cup of Excellence. Ele soma 23 participações entre os vencedores e foi o presidente mais jovem da BSCA, aos 30 anos.
Segundo a ACE, os homenageados se destacam por ações sociais e projetos de sustentabilidade que fortalecem suas comunidades e a cafeicultura global.
Projeto “Brazil. The Coffee Nation” promove o café brasileiro
O Cup of Excellence integra o projeto “Brazil. The Coffee Nation”, parceria entre BSCA e ApexBrasil para promover o café especial brasileiro no exterior.
A iniciativa reforça os pilares de qualidade, diversidade e sustentabilidade, com foco em certificações, inclusão de mulheres e incentivo à produção de cafés robustas e conilon.
Os principais mercados-alvo são África do Sul, China, Estados Unidos, Japão e Emirados Árabes Unidos, entre outros países consumidores de cafés crus e industrializados.